Eu queria escrever um conto melhor sobre você ou precisamente para você. Gostaria perfeitamente de retratar seus atos e feitos, seus desejos e podres delícias em cada pequena letra que vão formando as minhas frases feitas. Gostaria de tê-la em meus braços por essa noite e outras a mais, só pra não me sentir tão só e te recitar uma poesia ou outra só para fazê-la suspirar, arracando-lhe um sorriso sincero e imaginando o que se pode ter de um pequeno romance que a gente tem.
Que começou com umas cervejas. Com um narguile, você queimando o seu dedo, eu tocava violão e você ria de alguma coisa que alguém dizia. De vez em quando, quando reconhecia a canção, cantava junto e com uma simpatia e talvez irônia, divertia-se com as piadas feitas em relação ao outro casal que também estava presente. Você sorria, eu nem percebia, eu te queria e nem sabia. Nem soube. Nem pensei sobre. Nem escrevi sobre.
Depois, o reencontro aconteceu naquele tributo ao Engenheiros. Você apareceu, eu sorri. Eu soube lá que queria saborear você aos poucos, não tive vestígios, acreditei em outras coisas, em conclusões de alguém que nunca prestou muita atenção no tempo ao redor. Me movi como um ponteiro de um relógio e sem um segundo para contar, nem pude me aproximar sequer para tentar. Não pensei se deveria citar algo ou se simplesmente faria alguma piada sobre alguma situação apenas para descontrair, apenas a verdade de me imaginar com você falando sobre várias coisas bestas, trocando alguns olhares. Eu te devorando, você me devorando e as almas se unindo.
Stella. O terceiro beijo tinha gosto de Stella. Tinha gosto de você. Era doce e amargo, tinha um ar de desejo, uma vontade repentina de despir todos aqueles sentimentos estranhos e aproveita-los ao extremo. Um ecstasy fora do comum, um tremor, um arrepio e o seu perfume suave com o seu sorriso convecido, tipicamente libriano com uma pitada da sua lua em escorpião e eu te querendo mais. Eu sempre querendo mais e você, correspondendo.
Antes até, eu lhe observei. Ouvia sua voz, você fumava, fazia algum comentário, se divertia com a minha estranha maquiagem de Pierrot. Depois me olhava com uns olhos que me eram impossíveis de desvendar, eu nunca entendi muito bem o que eles queriam me dizer ou a razão pela qual você me olhava daquela forma. Eu não conseguiria descobrir a menos que você me dissesse, mas eu gostava de olhar. Eu gosto dos seus olhos, eu gosto dos seus cabelos, eu gosto do seu signo, eu gosto do seu cheiro e do seu gosto. Dos seus lábios, da sua alma, do seu corpo, do seu abstrato, dos seus motivos e da sua voz.
Eu não temo muita coisa, acredito no que vejo, no que senti e no que suas mãos me disseram. Acredito no seu encaixe, e acredito no que precisamos acreditar. Desde que seja assim, tão bom, regado a Stellas, cigarros, a você e ao resto, deixe estar. Deixe-me escrever mais um pouco antes de adormecer e entender que nem sempre as coisas fazem sentido, mas que só são respostas de perguntas que nunca existiram em minha mente. Deixe com que eu me afogue nesse doce deletério.
Sobre uma noite regada a Stella

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