Archive for dezembro 2011

Corujão.

 Hoje é uma madrugada qualquer de quinta feira, na verdade, dia 29 de Dezembro de um final de ano qualquer e na televisão passam alguns filmes que me lembram certas partes da época em que eu costumava viajar muito de carro. De Cuiabá a São Paulo. Era tão cansativo e ao mesmo tempo tão magico, tantas estradas que pareciam ser infinitas nos levavam a um destino qualquer embora soubessemos aonde chegariamos. Não tinha tanto mistério.
 Lembro-me perfeitamente de uma dessas madrugadas em que paramos em um posto, meio de semana, sei lá, podiam ser umas duas da manhã e haviam alguns caminhoneiros sentados em frente ao restaurante dos postos, já fechados, que fumavam seus cigarros baratos e conversavam sobre estradas, destinos, mulheres e seus segredos escondidos por alguns capotas que insistiam em trazer e levar mercadorias para aonde tivesse de ir. Lembro-me perfeitamente de estar começando aquela famosa sessão da globo, o corujão. Quando mais nova, tinha muita insonia pelo fato de estudar a tarde portanto eu sempre dormia tarde. Assistia tantos filmes nessa porcaria que já havia perdido as contas de quantos filmes repetidos já havia conhecido nisso aí. Alguns violentos, outros pesados, mas principalmente alguns que me lembravam as famosas viagens a longa distancia e que me deixavam nostalgica. Ouvir aquela musica de madrugada enquanto seguiamos caminho era como ouvir uma breve melodia que ouvira em sua infancia e nunca mais se esquecera. Era parte de minhas viagens, de minhas lembranças das estradas escuras acompanhadas por algumas carretas que seguiam viagem ao lado oposto de nós e eu continuava ali, a sonhar com o destino final, com o que me aguardava e principalmente com as férias de verão.

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Orgulho.

 Na verdade, eu olhei aquelas fotos e me lembrei perfeitamente daqueles dias. Tinhamos tudo né? Tudo para ficarmos juntos e dar certo, não acha? Tinhamos fé, tinhamos eu e tinhamos você, tinhamos nossas mãos e nossos lábios e isso já bastava, tinhamos companhia na madrugada e tinhamos vinhos e cigarros para uma longa noite... Mas a noite acabou se encurtando.
 Que maldito orgulho tive, não? Perdi você. Agora é um bocado triste te ver com outro alguém e vendo esse amor que cresceu em você, que não é mais por mim e que me mata. Acabei por te deixar por outro alguém, mas acabei sozinha, quem diria que isso poderia terminar assim, certo? Tudo prometia tanto e quando meu vaso se foi ao chão, as flores despedaçaram como um longo inverno cheio de neve... Neve escura, neve amarga, neve infeliz.
 Olha, eu disse que eu sentia o mesmo e não menti... Eu sinto, mas não quero esperar, não posso esperar e não sei se vou faze-lo. Não vou lhe dizer, óbviamente mas vou ficar ao teu lado quando precisar de mim. Não quero ser rude e muito menos lhe fazer infeliz mas preciso que saiba que eu sempre senti o mesmo, só não pude e nem sabia como dize-lo, não sabia como ultrapassar o meu orgulho para ser feliz com alguém como você, que se importou comigo de verdade, como ninguém.
 Agora estou sozinha e acabada. Seja feliz por mim também e volte, se um dia achar necessário, volte que estou de braços abertos.

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Mundo de isopor.

 Uma vez já me disseram que as nuvens não eram de algodão e que o céu não era feito de estrelas, que todo aquele azul não vinha do mar e de que o sol não era de papel... O chão era de isopor, bastava um passo em falso e ele podia se quebrar em pedaços, eu era feito de vidro, vidro rachado, pronto para se despedaçar, se estilhaçar deixando suas marcas no chão de isopor branco.
 Meus passos eram lentos, muitas vezes não me deixavam chegar aonde eu desejava e as nuvens de algodão continuavam a me acompanhar, mas quando estava quente demais, elas desapareciam e me deixavam exposto, suspirando por abrigo e respirando por uma eternidade que nunca chegaria, que nunca seria o suficiente.
 As montanhas verdes, também de isopor, eram faceis de serem alcançadas. Quando eu não tinha defeitos, eu subi em todas elas pra gritar ao mundo o quanto eu vivo, o quanto eu era forte, o quanto meu mundo de faz-de-conta era genial! Era bom! Ele progredia cada vez mais, por mais que alí só existisse a mim.
 Meus olhos, de vidro verde, continuavam a refletir aquelas nuvens passageiras que esperavam o próximo trem para seguir em frente, para ir para outro mundo de isopor... Ou talvez não. Os rios do meu mundo eram feitos de tinta azul e continuavam a seguir o seu caminho, livremente, abrindo espaço para todos que quisessem descobrir aonde terminaria aquele sonho.
 Os meus pés continuavam e as borboletas passavam a me acompanhar, umas pousavam em minha cabeça e outras pousavam em minhas mãos, geladas, que servia de apoio para que pegassem uma carona para um lugar qualquer. Tentei sorrir mas nada funcionou. A noite não demorou a chegar e portanto, as borboletas fugiram para se abrigar. Sentei-me no pé de uma arvore e por alí permaneci. Rachado. Sem cura. Sem história pra contar. Um vidro quando racha jamais possui conserto. Eu não iria me regenerar, eu não iria me consertar, eu iria me sentar e ficar ali, olhando as falsas estrelas de diamantes que no céu brilhavam e tentar entender porque vidros como eu acabavam assim... Acabavam quebrados, sem esperança, sem nada... Sem ninguém.

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Nostalgia.

 Como eu queria voltar naquele dia... Como eu queria ter tudo aquilo de volta, como eu queria ouvir aquelas palavras novamente só para fingir que estou bem e ir dormir tranquilo... Como eu queria estar ali, sentado na mesma cama, ouvindo a noite lá fora e os gritos de felicidade das pessoas que comemoravam... Como eu queria voltar. A neve insistia em cair lá fora, o dia estava quase se pondo, se rendendo lentamente ao crepusculo que invadia o céu. Meus olhos estavam um pouco avermelhados e cansados pois eu acabara de acordar. A janela do meu quarto estava com as cortinas abertas e permitia que a luz daquele dia invadisse cada canto de meu quarto, sem sua minima permissão. Hoje era natal.
 Levantei-me lentamente de minha cama sem vontade alguma de acordar, já acreditava no propósito de que estava vivendo minha vida por viver, que não tinha mais motivos para acordar na manhã seguinte e sorrir, como eu sempre fazia. Eu estava um pouco cansado do que me rodiava, estava cansado da vida que levava, dos dias serem sempre iguais, embora me trouxessem lembranças inuteis, esperanças inuteis de que um dia eu alcançaria o que tanto esperava.
 Desci as escadas até a sala, a televisão estava quieta, a casa estava vazia e parecia estar cada vez mais fria, andei até a cozinha, procurando uma ultima esperança e nada. Não encontrava nada. Procurei olhar pela janela em busca de alguma alma que por ali poderia passar e meus olhos se confundiram com a neve. Nada adiante. Suspirei como se não houvesse outro dia e decidi me sentar no sofá, ler o jornal e ver qual seria a desgraça de hoje.
 Nós sempre fomos tão unidos... Mesmo que ele fosse meu melhor amigo de infancia você apareceu e em tão pouco tempo te contei coisas que não diria a ninguém mesmo! Você realmente me marcou e... Ligação interrompida. Créditos acabaram e tudo o que eu podia pensar era na merda que essa lembrança me trazia.
 Eu nem acredito que você esta aqui, na minha frente! É tão bom... Venha cá e me abrace direito.
 Não importa o que vai acontecer agora, eu te amo. Eu te amo muito. Vai ficar tudo bem, eu sei que vai... Termine logo tudo isso e venha embora para cá, para ficarmos juntos e tudo ficar bem. Agora as lágrimas já tinham se tornado visitantes indesejaveis... Eu pedia para que fossem embora mas ela não me deixavam em paz, não me deixavam parar, não me deixavam respirar... Eu queria fugir, eu queria escapar mas não era capaz. Eu era fraco. Fraco demais.
 Agora a noite já estava me abrigando. Já havia apagado todos os raios de sol e acendido as luzes das ruas. A casa permaneceu escura, como a noite que nem a presença das estrelas possuía mais. Era a hora de falhar completamente, era hora de fugir, era hora de correr, era hora de me esconder.
 Levantei-me e fui até o banheiro. As pilulas pareciam atraentes dentro daquele vidrinho laranja. Esvaziei o mesmo em minhas mãos e tomei as pilulas, seguido de um copo de agua. As luzes lá de fora iluminavam um pouco o banheiro e eu ainda podia ver meu rosto, avermelhado, com os olhos cada vez mais transparentes, de dor, de rancor, de ódio... E passei a perder o sentido das coisas... Por uns instantes não ouvia mais nada e por outros já não via mais nada e o silêncio da noite me envolveu em seus braços, me guiando para um lugar qualquer... Que talvez eu ainda encontre... Uma esperança... Uma... Esperan... ça.

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Rosas vermelhas.

 Gosto do jeito com que sorri, do jeito com que me abraçou, do jeito com que me olhou e conversou, mas não pude deixar de notar o teu olhar quando ela entrou naquele lugar. Você que antes parecia tão radiante se tornou tão triste e fez com que as minhas rosas se partissem em pétalas frageis e finas, vermelhas e tristes, como teus olhos verdes.
 Ha muito tempo, eu senti isso. Senti isso por outro alguém que nem aqui estava mas eu pude ver a maneira com que seu coração bateu e eu queria arranca-lo de tanta dor. Queria ser capaz de te dizer que queria estar com você mas não sei, você me rejeitaria novamente e eu não poderia querer isso, eu não ia aceitar. Eu respeitei tantas regras, quis me calar, quis não me sentir mal mas eu me sinto.
 Quero estar com você, por favor, diga-me que também quer estar comigo e podemos fingir que nada aconteceu, talvez assim eu possa curar a sua dor. Sua imensa dor e te fazer feliz. Te fazer feliz pra sempre.
 Pequena V.

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Borboletas.

 Estava escuro e úmido... Aquele lugar cheirava a mofo e tinha goteiras por todos os lados. Era silencioso e solitário assim como o deserto. Possuía algumas mobilias abandonadas e era quase impossivel de se enxergar alguma coisa alí... Depois de algumas cervejas eu vim parar aqui mas não faço idéia de onde estou.
 "As borboletas... Elas lutam muito para se tornarem borboletas e então, se tornam belas, livres, se tornam bonitas e experimentam o gosto de sua liberdade."
Uma voz doce soava longe dizendo essas palavras e eu as ouvia com atenção, embora estivesse um pouco assustada.
"Elas amadurecem, voam e buscam sua sobrevivencia ou até mesmo o seu novo lar. Deixam o seu passado de lagarta para trás e aprendem, com suas novas asas, que podem ir além do que se esperava."
Pude ver algo se aproximando mas não fazia idéia do que era. Tinha um cheiro suave, parecia algo bom, parecia algo diferente e a voz só parecia ficar mais alta.
  "Chega uma fase em que você precisa decidir se vai ama-las ou não. Se vai respeitar essa liberdade que elas tem, se vai deixa-las voar com suas próprias asas e não vai impedi-las de serem o que são. De serem azuis ou amarelas. Precisa decidir se vai liberta-las, pois mais cedo ou mais tarde, elas precisam voltar para seu lugar de origem. Se ficarem aprisionadas, irão morrer. Elas precisam voar. O mais alto que puderem. Elas precisam alcançar o limite do céu azul e imenso. Elas são pequenas mas são corajosas, elas não tem medo de se soltar. Não tem medo de sua asa quebrar." 
 Fechei os olhos e logo senti um toque suave em meu rosto. Pareciam mãos, geladas, mas familiares que me tocavam a pele lentamente, abri meus olhos devagar e pude finalmente enxergar.  
"Vai ama-la ou vai liberta-la?"
 Dei um sorriso e apenas olhei para aqueles olhos escuros que me guardavam e respondi.
"Vou liberta-la."
 Assim, me levantei daquele sofá e fui seguir o meu caminho pelas ruas escuras e frias. Talvez agora eu tenha entendido o porque. Talvez agora eu saiba melhor do que ninguém o que são as borboletas e o que elas significam. Talvez eu saiba. Talvez eu não saiba. Mas não tinha medo de voar. Não mais.

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Noite parisiense.

 Era Dezembro. É, só podia ser Dezembro. Era o mês que mais me atormentava. Era o mês que Paris ficava coberta de neve e era o mês em que ela fazia aniversário... Não Paris... Ela. A outra.
 Dei um trago em meu cigarro novamente enquanto observava a cidade pela porta de vidro. A neve caía lentamente e a televisão avisava a proximidade do natal. Eu permanecia de olhos fixos naquelas luzes todas, que enfeitavam a torre eiffel de maneira que a deixasse cada vez mais deslumbrante a cada olhar e a minha mente voava para outro lugar, sem dar sinal de quando iria voltar. A fumaçava já havia se espalhado pelo ambiente e ainda não me sufocara, o apartamento ficava cada vez mais frio pela temperatura lá fora e a garrafa de vinho, abandonada ao lado do cinzeiro, já estava vazia. Tão vazia quanto meus olhos, azuis, que observavam a noite parisiense.
 Levantei-me e decidi dar uma volta. Não estava muito preocupada com o fato de estar nevando aquele tanto, eu precisava respirar um pouco, observar os carros que também procuravam seu rumo e a sua saída, a saída desse bosque que parecia ser tão lindo, tão puro que acabou por se tornar um pesadelo. Dei um longo suspiro enquanto acendia outro cigarro, continuei caminhando com a neve em meus pés, deixando-os cada vez mais gelados, assim como os meus lábios aflitos procuravam por refúgio.
 Decidi ir até a torre eiffel, talvez algo tão belo fizesse com que eu não me sentisse um lixo.
 Caminhei um tanto bom até chegar lá e quando cheguei, observei de perto aquelas luzes intensas, que chamavam a atenção de todos que passassem por alí, suspirei e resolvi me sentar, debaixo dela, com mais um cigarro barato na boca, procurando encontrar o que não queria, procurando esquecer o que deveria embora preferisse crer que as flores vermelhas de Maio fossem mais belas do que aquele enorme pesadelo que estava vivendo.
 Alguns flocos de neve me atingiam, outros seguiam seus rumos para bem longe de mim. As pessoas que andavam por alí sorriam, contemplavam tamanha beleza sem se importar com o amanhã e isso me deixava com inveja, pois era dificil acreditar que as pessoas pudessem ser tão felizes juntas, quando no momento em que nasceram, estavam sozinhas... Não entendo esse porque de se encontrar e depois se perder, não entendo essa vontade de querer ficar junto, de querer sentir todas aquelas coisas clichês se no fim, acabam por se desencontrar. As pessoas querem viver de reencontros e não de desencontros, mas eu prefiro o desencontro, ele se torna suave com o passar do tempo.
 Depois de tantos pensamentos e flocos de neve, resolvi procurar um bar qualquer. Levantei-me e fui seguindo meu caminho, rumo ao desencontro e acabei por encontrar almas tão solitárias quanto a minha. Adentrei aquele bar e logo me sentei em um dos banquinhos do balcão. Pedi o vinho mais porcaria do cardapio e passei a bebe-lo. Depois da meia noite, seria oficialmente "natal" e eu passaria embriagada com pessoas desconhecidas. Almas perdidas, almas de desencontro.
 - Uma taça de Romer du Hayot, por favor. - A voz que soou no meu ouvido, com um sotaque francês bem rispido chamou a minha atenção e quando meus olhos azuis encontraram aqueles olhos verdes, eu fiquei curiosa, mas apesar dos olhares, recebi um sorriso.
 - Boa noite.
 - Boa noite. - Apesar do sotaque ser bem rispido, a voz era tão suave quanto bossa nova. Retribuí o sorriso.
 - Me acompanha?
 - É, por que não? - Acho que havia encontrado outra alma solitária que também precisava de uma boa e longa conversa de bar, regada a alguns vinhos de Bordeaux, ruins e baratos, mas resolvi deixar que a noite me levasse, embora nada fizesse sentido, não era razão para eu me afobar... Eu preferi me afogar naqueles verdes tão intensos que me cercavam a madrugada... Que me abriam um novo mundo e que me dirigiam palavras. Secretas. Palavras secretas.

Dedicado a Mariana V.

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Percepção.

 Nós não parecemos em quase nada, é literalmente vazio e não faz nenhum sentido. Ela me olhava com olhos de pena mas eu a olhava com olhos sedentos e isso me tornava tão fragil... Eu escrevia poesias, eu dizia coisas marcantes, levava flores e ela me ignorava. Era tudo tão estranho porque das outras vezes isso parecia dar certo, pelo menos no filme todo mundo costumava ter um final feliz mas eu era o único que não conseguia e ela me arrancava o que eu poderia mudar. Sei lá, eu não entendo nada dessas coisas e é por isso que eu prefiro as ignorar... Mas quando isso se torna impossível, não sei o que faço.
 Tem coisas que me encomodam. O simples fato de eu estar bem até ela vir falar comigo era algo que me intrigava. Eu estava tocando a minha vida tão bem até me importar de vez com aquela maldita amizade que ela cultiva com a minha melhor amiga. Tenho raiva, tenho ciúmes, tenho vontade de morrer toda vez que vejo isso. Tenho raiva pois não sou nada do que ela quer, ao contrário da outra, que tem TUDO o que ela quer: os mesmos gostos. e os signos opostos. Isso é algum tipo de sacanagem? Isso é ridiculo.
 Eu fumo, eu bebo, eu trepo, eu tomo café, eu escrevo, rabisco, rasuro, rasgo, queimo, sinto ódio e olho as luzes dessa cidade abafada de madrugada e não passa, não entendo o que acontece. Não entendo porque tanto sentimento... Não entendo porque esse 'apego' as coisas que ela me faz, as coisas que ela me traz e que eu já não acredito em mais nada. O destino me surpreendeu mas eu estava por cima disso antes, não quero voltar... Então por favor, leve-me para longe disso. Bem longe. Bem longe dela e de qualquer outra pessoa... Bem longe de você.

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Gritos de silêncio.

 Ontem você apareceu e veio com palavras que me confundiram novamente... Eu estava tão bem e não estava fingindo, pela primeira vez eu pude tentar sentir outras coisas mas você voltou... O meu café esfriou, o cigarro apagou e os meus olhos se abriram novamente para encontrar os teus. Minha mente pediu trégua mas você quis continuar do mesmo jeito, continuou jogando e eu pedindo para que parasse porque seria tortura perder tudo novamente e você reclamou. Reclamou da minha ausencia. Minha ausencia que não parecia fazer diferença para você. O que foi que aconteceu? Por que?
 Algo te encomoda? Existe outra coisa que eu possa fazer por você? Eu não sei o que dizer, nem o que pensar, tudo parecia tão claro agora parece tudo tão escuro e eu tento encontrar palavras, coisas para provar que o que eu acabo de enxergar estar errado... Aonde vamos parar com isso? Até quando você quer continuar? Até onde você vai me assombrar? Eu estou correndo mas pareço estar cada vez mais longe do final.
 Suas borboletas me pegaram e eu tentei invadir de novo o seu mundo todo. Você me prendeu e me deu uma pena eterna no seu mundo mas eu ainda continuo livre nesse e tento me livrar do seu. Eu não quero que pense o contrário, pense que eu te amo mas saiba que estou desesperado! Para onde vou correr agora? Quem vai me abraçar quando eu me decepcionar de novo? Por que não parar com isso já que você não me quer? Por que se importa tanto? Não entendo.
 Me deixe em paz. Estou com medo de dizer mas me deixe em paz... Eu já não tenho o que você quer.

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