Archive for agosto 2011

Criança ingenua em dias de chuva.

Descobri que pareço uma criança ingenua.

Implorando a algo por um brinquedo novo, ou algo que realmente eu queira guardar e que signifique.

Sou uma criança ingenua implorando por um amor, por um destino que me favoreça, que traga o que eu sempre quis, o que sempre sonhei, o que sempre esperei.

Sou uma criança tola apaixonada. Cega. De olhos fechados para milhares de defeitos que pareciam transparecer a toda tua alma, puritana e um tanto ameaçadora, entristecendo meus olhos vazios, cobertos por lágrimas vermelhas que não secariam com mais um cigarro nos lábios, pretendendo e mentindo por um dia melhor. Esperando aqueles lábios, do lado de fora da janela, na chuva, enquanto a noite lhe abraçava e lhe cobria, confortavelmente, as pernas e ela apenas observava as goticulas que batiam em sua janela, implorando pelo vento que as abrisse e que pudessem lhes tocar os lábios.

Eu, do lado de fora, observava seus movimentos, lentos. Apaixonantes. Esperando por algo, talvez por alguma resposta que me fizesse crer que era apenas um momento tolo, que tudo passaria e que aquilo que todos chamam de amor não significaria mais nada e chegava a ser impossivel tirar meus olhos de ti. Era impossivel.

Talvez minhas lágrimas se misturassem com a chuva, aquecendo-a e transformando-a em uma fonte de bobagens, de tristeza, de memórias que me atormentassem e que me fizessem crer, que escrever milhares de cartas e joga-las janela a fora, seria inutil, eu precisava de algo a mais.

Ela, então, se movia, lentamente, dormia como um anjo, aquecido por seus cobertores e se movimentava de vez em quando. Envolvia suas mãos em seu rosto, aquecendo-o, parecia sentir tanto frio mas parecia estar tão confortavel que chegava a ser contraditório. A cena era extremamente contraditória e me fazia pensar: Que diabos estou fazendo aqui se deveria estar dando uma volta pelos sonhos dela? Só para atormenta-la mais uma vez.

Então, desfiz minhas memórias e fui dar uma volta nos seus sonhos e não, nada encontrei a não ser o meu destino... Estar ali, esperando por ela, para que acorde, num dia qualquer de chuva, em meus braços quentes.

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Armadilhas.

Em certa hora, haveria uma duvida. Sim, uma duvida.

Ela me atormentaria, talvez de noite, talvez de dia, talvez a qualquer hora, durante o crepusculo ou o amanhecer. Eu poderia ouvir vozes me dizendo bobagens, as quais eu realmente não gostaria de acreditar e naquele instante, eu me calaria diante a grandiosidade do destino.

Eis a questão: Destino.

Deixar ele me levar ou fazer mais um esforço para que ele me leve até onde eu quero? Forçar o destino a me trazer o que tanto espero. Seria isso uma bobagem imensa? Talvez seja. Existem milhares de perguntas sem nenhuma explicação e essa é uma delas. Eu deixaria o destino me levar.

Você. Meu maior desejo, minha maior vontade. Eu queria forçar o destino, trapacear para te pegar nos braços e enfrentar o que fosse preciso, eu queria forjar toda a situação e criar uma armadilha pra você cair direto em mim e assim, poderia lhe fazer feliz como tanto espero.

Meu bem, se o destino quiser, ficaremos juntas, se ele não quiser, vou tentar não sentir saudades. Quero não sentir saudades mas se você voltar, eu vou sentir saudades de tudo. Vou querer você em meus braços como quero agora e vou me lembrar com carinho de cada momento que passamos, mesmo que esse tenha sido apenas por 10 horas e nada mais.

Destino, por favor, leve-me até ela ou então, desapareça de mim e deixe-me sofrer calada, enquanto amarguro meus males preciosos, que me rodeiam, dia após dia, esperando por respostas que nunca irão chegar. Destino, traga-a para mim e não deixe com que ela seja de outro, quero que ela seja minha! Preciso dela.

Destino, não me mate de saudades. Traga-me o meu amor e farei o que for preciso, sofrerei o que tiver de sofrer, se estiver com ela. Destino, traga meu amor.

Para que eu, para que eu nunca mais precise sentir saudades.

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Garota ruiva e o livro de Sparks.

Era outubro. Frio. Primavera esperando pelo verão que estava por vir e ela, sentada na janela de seu quarto, lia algum livro sobre qualquer coisa, como gostava de fazer nos finais de domingo.

Os cabelos ruivos voavam de acordo com o ritmo do vento, que soprava, leve e levava consigo algumas memórias. Ela se aflingia, no entanto, continuava a ler, se envolvendo um pouco mais na linda história de Nicholas Sparks, como se fosse a personagem principal, como se não houvessem fronteiras, como se tudo fosse real e mantinha seus olhos, castanhos, brilhantes como nunca, concentrados em cada minima palavra de Sparks.

O nome dela? Ninguém sabia. Ninguém precisava saber. Não interessava. O nome dela era simples, diferente dela, que costumava ser extremamente complicada mas que guardava um coração imenso, que quase ninguém conhecia.

Aqueles olhos não me enganavam. Na noite de verão em que os vi, brilhavam como nunca, diziam coisas tão maravilhosas quanto qualquer poesia de Lispector. Eram mais poéticos, eram mais ritmicos, dançavam como uma linda bailarina e não deixavam a desejar. Me deixavam desejando-a.

Ela era quente como nunca, sua pele tão macia quanto o tecido mais doce que poderia existir. Seu abraço era tão protetor quanto suas mãos, que me agarravam no instante em que se afobavam. Eu gostava. Ela gostava.

Seus lábios eram doces, grossos, como dois rios que se cruzavam em uma unica direção, harmoniosamente juntos, entrelaçando seus pedaços e se unindo como um todo, trazendo um calor imenso, um prazer intenso a qualquer um que ousasse toca-los e se perder, naqueles rios inocentes mais ao mesmo tempo tão quentes.

Ela continuava a ler, calmamente, tão doce e tão inocente, tão diferente...

De noite, ela era uma dama, poderosa, rainha de todos os mundos. Era quente e sabia seduzir qualquer um para suas armadilhas de amor, fazendo com que se tornassem escravos daqueles lindos lábios e daqueles olhos, cobertos em castanho, mais que não escondiam aquela chama intensa que estava por trás daquele corpo, daquele conjunto perfeito e harmonioso, daquele conjunto de inocencia e de poder, de amor, de paixão, de sexo e de traição. Era uma chama só dela, acesa pelo seu olhar, pelos seus cabelos que me arrepiavam e pelas suas mãos, que me seguravam.

E de tudo, aquela garota ruiva que lia aquele livro qualquer, é a garota que venho desejando a minha vida inteira, se fosse irreal.

É real e quando seus olhos se juntaram aos meus, eu percebi que existia uma harmonia. Única. Era somente eu e ela. Ela e eu. Nada mais.

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Livro em latim.

Era simples. A músicava tocava ao fundo e eles se olhavam.

Olhos perdidos, mãos perdidas e talvez alguns lábios também, que a levavam sabe-se lá pra onde, era um mistério.

A música continuava. Era uma letra um tanto quanto melosa, um tanto quanto expressiva, um tanto quanto apaixonada, como os dedos dela, que se apoiavam no livro velho, empoeirado e abandonado em cima daquela escrivaninha de madeira, tão velha quanto o livro.

- E quando vai acabar?

- Não sei.

- Esse livro é excelente.

- Sim, é.

- Concreto.

- Um tanto triste.

- Hm, eu diria melancólico. - E se calaram, outra vez.

A música continuava, o cheiro de mofo invadia aquela sala gelada, que só era aquecida pela velha lareira, acesa, com um fogo flamejante, tão vermelho quanto os lábios dela, que se apertavam. Apreensivos e em forma de reprovação.

Luz? Não, nenhuma, só a claridade do fogo. O sofá velho em um verde musgo continuava solitário, fazendo certa companhia para as estantes de madeira escura, cobertas de poeira e de livros antigos, justamente como o da escrivaninha, em seu titulo havia algo escrito em latim, quem poderia entender?

...

Ela entendia.

- O que está escrito aqui?

- Que as palavras nunca lhe abandonam.

- Sério? Gostei.

- Não gosto, elas já me abandonaram certa vez.

- E o que fez? - E se calaram novamente.

O que ela fez? Bem, ela acabou de fazer novamente.

- ...

- ...

E eram apenas suspiros. O barulho do fogo queimando alguns papéis velhos, a respiração afobada de ambos e até que se decidiram. Foram embora dali.

Com uma mentirinha basica.

O nome do livro? Ninguém sabe. Nem ela. Nem ele. Nem eu.

Mais todos somos personagens daquele unico livro, em latim.

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Eram olhos azuis.

O instante perfeito em que ela me perde e seus olhos se amarram em outra direção.

A sensação estranha de estar naquele lugar me atormentavam, dia após dia. Ela sabia e eu não. Não sabia nada da vida, ela muito menos.

Conhecia aquela velha estrada. Minha boina, um tanto quanto empoeirada dançava no ritmo do vento, que batia sobre meus cabelos negros e os levavam. Alguns aceitavam o convite para acompanha-lo, outros continuavam ali, intactos e fortes, fazendo suas vontades.

Poeira ia, poeira vinha. Meu velho suspensório preto com detalhes em cinza apertavam meus ombros, me dando uma leve sensação de desconforto, de desconfiança, enquanto meus olhos continuavam fissurados pelo céu que por ali corria, de uma forma abstrata, parecia um tanto quanto prazeroso. Nuvens de algodão flutuavam e o azul lhes abraçava como um todo, como tudo e todos.

Meus sapatos, negros, empoeirados e velhos continuavam parados, acompanhando o ritmo de meus pés. Tanto quanto eu, meus sapatos observavam o horizonte, cercado de tanta poeira. Acho que eu calçava até demais, um tamanho 44 me confortava os pés, entretanto, deixavam minhas jornadas cada vez mais desconfortaveis.

Era simples, eu já era moço. Possuía uma barba rala, olhos atentos, cabelos não tão longos e vivia em meio a poeira.

Quando chegava a cidade, moças se encantavam pelos meus olhos azuis, tristes, que refletiam coisas que ninguém mais via. Ninguém além daquela moça que eu abandonei há um tempo atrás, na certeza de que ela só voltaria quando percebesse que ia me perder de novo e não me curei. A cidade não foi a cura. Nem os carros, nem as moças e nem a noite.

Continuava pertinente pela estrada de terra, paletó marrom pendurado por dois de meus dedos, nas costas, que combinava perfeita com a minha boina, mofada e velha, como todas as minhas outras coisas.

Aquele caminho parecia infinito, então tentei mudar de rota mais fui cair no mesmo pesadelo de antes... Saberia eu sobreviver agora?

Eu tinha olhos azuis, mais eram olhos azuis de tristeza... Tristeza de quem nunca teve a liberdade de viver o seu grande amor, seu grande sonho.

Eu suspirava e temia, terminando por fim, minhas cartas a minha amada de olhos castanhos como minha boina, que levava a lembrança dos beijos dela.

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Ia bem, tá tudo certo.

Achei, no entanto, que as coisas iam bem. De verdade.

Que as coisas teriam rumo, pra fora desse pesadelo.

Que a vida seria mais facil, que tudo passaria a ser melhor.

Que faria algum sentido quando não fazia mais nenhum.

Quando se sonha, quando se dorme, quando se vê.

Eu acho, meu bem, que você não foi feita pra mim.

Te amar é te esquecer, te esquecer é te amar.

E assim, sigo adiante com minha vida vazia.

Sem entender o porque de você fazer tantos rodeios.

Se quer ou se não quer, se é ciume, se me esconde...

É porque sabe... Que vai me perder.

Cadê sua confiança?

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Pureza.

E me disseram que amar era a coisa mais linda e mais pura que eu já havia feito... Para quem só cometia erros, é um novo desafio aprender a parar de comete-los para nunca querer ferir a quem ama.

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Minha utopia predileta.

Ah, se ela me aceitar! Se a distancia logo acabar, junto dela eu vou ficar, para faze-la feliz, sempre!
Porque eu vou acorda-la todos os dias com um bouquet de rosas colombianas e dizer para ela o quanto ela é especial, o quanto ela significa pra mim. Depois vou levar-lhe um café na cama, caprichado, feito com muito amor e com as frutas prediletas dela. Então, vou busca-la na faculdade e leva-la pra almoçar no melhor restaurante da cidade, vou olhar bem fundo nos olhos dela e dizer o quanto ela é bela, linda, charmosa e o quanto seu sorriso é significante. Tão brilhante e tão doce, tão diferente de todas as outras melodias, de todas as outras estrelas... Esse era de verdade.
Vou leva-la de volta e mandar-lhe mensagens dizendo o quanto sinto falta dela, mesmo que tenha a visto um pouco antes.
Toda noite, vou fazer um jantar romantico, espalhar rosas pela casa e fazer surpresas para ela, vou fazer seu prato favorito, comprar o vinho mais caro do mercado e que também seja seu favorito, para faze-la degustar e esquecer do stress rotineiro.
Na hora de dormir, vou abraça-la bem forte caso ela sinta medo, depois vou deita-la ao meu lado e lhe fazer cafuné até adormecer, vou observa-la atenciosamente enquanto ela sonha, com todas as coisas que lhe fazem bem e eu, sonhando acordada, só penso em beija-la mais uma vez e acariciar-lhe outra vez. Vou segurar sua mão e sussurrar no teu ouvido o quanto lhe amo e espero ve-la sorrir para mim, mesmo que esteja dormindo.
E se ela me aceitar, vou faze-la feliz pra sempre. Vou sonhar acordada todas as noites.
Não tenho dúvidas quando digo que lhe amo de verdade, eu simplesmente lhe amo e é assim que as coisas são. Só fui aprender isso depois que te conheci... Amor nunca significou muita coisa e você, significa tudo.
Meu doce sonho que por mais lindo que seja, é real

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Minha utopia predileta.

Ah, se ela me aceitar! Se a distancia logo acabar, junto dela eu vou ficar, para faze-la feliz, sempre!

Porque eu vou acorda-la todos os dias com um bouquet de rosas colombianas e dizer para ela o quanto ela é especial, o quanto ela significa pra mim. Depois vou levar-lhe um café na cama, caprichado, feito com muito amor e com as frutas prediletas dela. Então, vou busca-la na faculdade e leva-la pra almoçar no melhor restaurante da cidade, vou olhar bem fundo nos olhos dela e dizer o quanto ela é bela, linda, charmosa e o quanto seu sorriso é significante. Tão brilhante e tão doce, tão diferente de todas as outras melodias, de todas as outras estrelas... Esse era de verdade.

Vou leva-la de volta e mandar-lhe mensagens dizendo o quanto sinto falta dela, mesmo que tenha a visto um pouco antes.

Toda noite, vou fazer um jantar romantico, espalhar rosas pela casa e fazer surpresas para ela, vou fazer seu prato favorito, comprar o vinho mais caro do mercado e que também seja seu favorito, para faze-la degustar e esquecer do stress rotineiro.

Na hora de dormir, vou abraça-la bem forte caso ela sinta medo, depois vou deita-la ao meu lado e lhe fazer cafuné até adormecer, vou observa-la atenciosamente enquanto ela sonha, com todas as coisas que lhe fazem bem e eu, sonhando acordada, só penso em beija-la mais uma vez e acariciar-lhe outra vez. Vou segurar sua mão e sussurrar no teu ouvido o quanto lhe amo e espero ve-la sorrir para mim, mesmo que esteja dormindo.

E se ela me aceitar, vou faze-la feliz pra sempre. Vou sonhar acordada todas as noites.

Não tenho dúvidas quando digo que lhe amo de verdade, eu simplesmente lhe amo e é assim que as coisas são. Só fui aprender isso depois que te conheci... Amor nunca significou muita coisa e você, significa tudo.

Meu doce sonho que por mais lindo que seja, é real.

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Noite passada.

A pior coisa que eu poderia fazer: Beijar outros lábios que não fossem os teus.

E lágrimas dizem o porque.

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O amor e suas bobagens.

Quando se ama alguém, primeiramente se ama pelos defeitos, depois, pelas qualidades. Se ama pelo simples fato de ser egoísta, esnobe e talvez se achar o campeão do mundo.
Se ama pelo simples fato de ser quem é, de olhar com aqueles olhos, de beijar com aqueles lábios, de abraçar com aqueles braços. Se ama pelo perfume, pela luxuria, pelo desgosto e pelo ódio.
Se ama pelo suor, pelo sexo, pelo fogo, pelos cabelos... Por todos os minimos detalhes defeituosos que essa pessoa tenha. Se ama por tudo e joga pra valer, como se a vida fosse um risco a ser corrido, uma história sem um final, como um livro de páginas em branco.
Se ama pelo ciúme, pela melancolia, pela pele quente, muitas vezes macia que faziam os olhos virar, delirando mais a cada segundo, transformando tristeza em alegria, noite em dia...
Não se ama pelo que se dá, pelo que se compra, pelo que se diz... Nem pelo que se promete. Amor, quando se torna uma promessa, enfraquece, entristece, permanece monotono até o último suspiro dos apaixonados. Acaba. Isso se chama paixão.
Amor é pra vida toda, não é alegria, não é tristeza, não são cartas, não são flores, nem chocolates. Não é fisico. É da alma, é eterno, é profundo, é um doce som acompanhado de um violino desafinado. É uma ponta para a alma. É o fim do egoísmo e é a hora de se entregar.
Amo-te por não ser o que sou. Amo-te justamente por ser o reflexo do que eu costumava ser. Amo-te por querer estar ao teu lado todos os dias. Amo-te até quando paro de respirar. Amo-te quando os céus estão escuros. Amo-te quando há chuva, quando há sol. Amo-te no calor, no inverno, no inferno. Amo-te quando tudo acaba. Amo-te sonhando. Amo-te acordada. Amo-te dormindo. Amo-te de qualquer maneira. Amo-te amando a outro alguém. Amo-te calada, com olhos cobertos por lágrimas. Amo-te até o fim.
E se souberes por mim, vou estar te amando até lá.
E essa fora a maior promessa que meu coração havia feito há um tempo atrás, até descobrir que foi uma jura, eterna. Promessas não são amor. Juras e pactos são amor.

 Texto dedicado a N.

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O amor e suas bobagens.

Quando se ama alguém, primeiramente se ama pelos defeitos, depois, pelas qualidades. Se ama pelo simples fato de ser egoísta, esnobe e talvez se achar o campeão do mundo.

Se ama pelo simples fato de ser quem é, de olhar com aqueles olhos, de beijar com aqueles lábios, de abraçar com aqueles braços. Se ama pelo perfume, pela luxuria, pelo desgosto e pelo ódio.

Se ama pelo suor, pelo sexo, pelo fogo, pelos cabelos... Por todos os minimos detalhes defeituosos que essa pessoa tenha. Se ama por tudo e joga pra valer, como se a vida fosse um risco a ser corrido, uma história sem um final, como um livro de páginas em branco.

Se ama pelo ciúme, pela melancolia, pela pele quente, muitas vezes macia que faziam os olhos virar, delirando mais a cada segundo, transformando tristeza em alegria, noite em dia...

Não se ama pelo que se dá, pelo que se compra, pelo que se diz... Nem pelo que se promete. Amor, quando se torna uma promessa, enfraquece, entristece, permanece monotono até o último suspiro dos apaixonados. Acaba. Isso se chama paixão.

Amor é pra vida toda, não é alegria, não é tristeza, não são cartas, não são flores, nem chocolates. Não é fisico. É da alma, é eterno, é profundo, é um doce som acompanhado de um violino desafinado. É uma ponta para a alma. É o fim do egoísmo e é a hora de se entregar.

Amo-te por não ser o que sou. Amo-te justamente por ser o reflexo do que eu costumava ser. Amo-te por querer estar ao teu lado todos os dias. Amo-te até quando paro de respirar. Amo-te quando os céus estão escuros. Amo-te quando há chuva, quando há sol. Amo-te no calor, no inverno, no inferno. Amo-te quando tudo acaba. Amo-te sonhando. Amo-te acordada. Amo-te dormindo. Amo-te de qualquer maneira. Amo-te amando a outro alguém. Amo-te calada, com olhos cobertos por lágrimas. Amo-te até o fim.

E se souberes por mim, vou estar amando-te até lá.

E essa fora a maior promessa que meu coração havia feito há um tempo atrás, até descobrir que foi uma jura, eterna. Promessas não são amor. Juras e pactos são amor.

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Depressão.

Preciso de pilulas que curem minha dor. Preciso de drogas.

Minha vida é infeliz pra caralho, não adianta me internar.

A depressão não passa.

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Bobagem II

Todas as coisas que você disse, não saem da minha cabeça.

E isso me mata, isso me mata.

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Por todos os amores.

Bom dia ao dia, boa noite a noite.

Hoje, tragicamente, narro o fim dos meus dias.

O dia do dia em que eu iria conhecer o indesejado, o grandioso.

Que leva os outros embora, para um lugar que ninguém sabe onde fica.

Sabe-se lá o que se passa em minha mente, eu só queria ve-lo.

- Venha me persuadir, não tenho medo.

Era assim, repetia essa mesma frase todas as noites quando pensava estar próxima do fim.

Que tragédia! Não sentiria minha falta. Ninguém sentiria. Sou uma minoria, sou tão facilmente esquecida, não sou permanente embora seja insistente, apago rapidamente minha memória da mente das pessoas.

Ela aparece, então, com flores brancas. Simbolo da pureza e da calmaria. Se aproxima e logo sussurra:

- Por que queres tanto ir comigo?

Num sorriso, expressei diretamente o meu tão desejado desejo.

- Eu não pertenço a esse lugar. Não sem ela. Aprendi a viver com um amor que se transformou numa eterna dor. Leve-me contigo.

- Por um amor?

- Por todos os amores. Por ela.

E como quem tinha certeza da vida, as luzes se apagaram.

E amanheço fria, coberta de roupas velhas, com manchas vermelhas por todo o piso.

- Por todos os amores que derramei.

Por todos os amores que a vida me tirou, agora me retiro de ti, vida.

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Sonho suicida.

Quero meu sonho suicida.

Quero um vinho, um champagne, uma melancolia maldita e o prazer de derramar meu sangue sobre todos os meus dizeres.

Quero olhos fechados, quero um silêncio eterno.

Quero partir, quero fugir, quero correr.

Pra nunca mais ter ciumes de você, não, não, nunca mais.

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Um estranho.

São seus olhos. Teus lábios.
Tudo mudou. Você mudou. Eu mudei.
O que está acontecendo? Pra onde foi toda aquela magia?
Meu bem, o que está acontecendo?
Se souber, me salve desse sufoco sem fim.
Pra onde vai o amor, quando ele some assim?

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Deus Mar.

 As ondas alcançavam as pedras, na beira do mar.
 Batiam, rebatiam, atacavam e recuavam como quem se afobava.
 Era um belo pôr-do-sol, observava com atenção enquanto o azul se transformava em laranja e que por fim, se escurecia, deixando a perceber alguns pequenos detalhes espalhados, que brilhavam conforme as ondas invadiam o cais.
 Pessoas andavam de um lado pro outro, bebiam bebidas, conversavam entre si, fofocas diárias de um lugar completamente utópico, enquanto eu observava de longe, os olhos dela, fissurados em outros olhos que a acolhiam com afeto, se jogando naqueles braços e nem via.
 "Pela manhã estou partindo, pela manhã estarei longe, pela manhã eu nunca mais a verei."
 Eu era marinheiro, rei dos sete mares, idolatrado pelo descobrimento das américas e das indias, encantado por percorrer o mundo pelas correntes, pelas ondas, pelo grandioso Deus mar que andava me guiando desde cedo, desde meus 17 anos.
 Ela? Bem, ela era ela. Ela era o meu amor, a dona de meus olhos, de meus lábios, de minhas mãos, de meus abraços. Era a ela que eu gostaria de pertencer e deixar Deus Mar para depois, era por ela.
 A manhã foi rapida e o embarque instantaneo, quando subi, percebi que o mar me levaria mais dessa vez, ele realmente me levaria para conhecer outros cantos... Cantos que nunca tive coragem de conhecer.
 O navio embarca, ela fica para trás. As ondas nos levam, Deus Mar nos carrega, nos guia para um lugar qualquer... Talvez pela direção norte ou sul, não me recordo muito bem mas escrevia com clareza o que aconteceu.
 Jovens apaixonados se entreolhavam numa bela noite de primavera enquanto eu os observava, de longe, da cabine, solitário. Lembrava-me de ti, como quem não queria nada, como quem queria tudo, como quem não soubesse de nada.
 Os dias iam passando, as ondas me levavam e Deus Mar sabia. Deus Mar entendia. Deus mar levava. Deus Mar cegava. Inconsequentemente, nuvens nos acompanhavam e os pequenos brilhos do céu nos ajudava. A fé não havia acabado ainda e continuavamos a lutar.
 Era água salgada por todos os lados. Algumas chuvas doces também. Era o destino que me levava.
 No entanto, durante uma madrugada, ouvia-se algumas vozes a cantar melodias que me faziam falhar e sentir falta da terra firme, dos olhos dela que nunca foram meus. As canções continuavam e eu, hipnotizado, continuava a velejar em alto mar, perdendo-me em pensamentos, escrevendo cartas e mais cartas e atirando-as no mar, como quem gostaria de apagar todas as pequenas memórias de uma pequena cidade com um grande amor.
 Meus olhos eram teus, mas eu me devotei ao grande Deus Mar que me levou. Que só me levou. Seguindo as canções do vento para lugar qualquer.

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Teus olhos e eu.

- Ah, mais estou cansada! - De quê? De quem? O que acontecera?
Ah, ultimamente as horas tem sido cruéis! Os dias também! E permaneço calada quando lembro-me de ti também.
Que persistencia que o quê! Não entendes! Não tenho volta mas queria voltar para teus braços, uma pena.
Que voltar para uns braços que nunca me perteceram e tua vontade ambigua de me abraçar e me enganar, ao mesmo tempo que finge tanto que me ama, que me adora, que mentira!
Estou farta. Confesso que estou farta! Estou morrendo de ciúmes e por motivos ou outros, não quero aproximação, deixe-me que cure sozinha desta imensa dor que me corrói os ossos. Deixe-me abandonada.
Não, não quero teus olhos de razão, não quero tuas palavras! Quero teu desprezo! Afasta-te de mim que respiro! Que vivo! Que não vivo e que não me recupero, morro calada sem desprezo e arrependimentos.
Deixe-me sozinha no meu fim, deixe que chore só, deixe que viva um inferno sozinha! E nunca mais volte com teus olhos para cima de mim, nunca mais!

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Palavras

Ela nunca precisou de mim. Eu é quem preciso dela.
Assim como os versos precisam das palavras, mas palavras não precisam de versos.
[...]

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As boas noticias.

Eu venho aguardando boas noticias, palavras para continuar cantando.
Eu venho aguardando respostas, dançando em circulos.
Eu venho vivendo a vida de forma diferente, está tudo tão diferente, tão claro.
E aceito com um pseudonimo de indiferença.
Nada muda, nada passa, nada volta.
Os dias vem e vão, carros atravessam sinais vermelhos.
Pessoas se abraçam, se beijam e vivem.
Olho para o lado e uma das paredes me acolhe nesse quarto solitário.
O frio toma conta e o meu café que ha pouco tempo queimava meus lábios, adormece.
O cigarro em minhas mãos geladas, se apaga, em sincronia com as luzes.
Escuro.
Não vejo nada.
Apaga esta vida. Apaga teu desejo.
Que ela não vai voltar, que ela não vai voltar.

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Sopros, erros, flores e paixões.

O vento é frio e as nuvens são secas.
Caminham acompanhadas enquanto sopram.
A cidade não pára, os carros andam.
A vida continua, infeliz, infernal, acabada.
Os olhos enxergam e o medo permanece.
Aquelas mãos geladas insistem em me persuadir.
O caos continua e não amanhece.
Num instante, eu penso, fingindo rir.
Tentando acompanhar meus passos.
Repetindo repentinamente repetidamente.
Os braços lentos, atos, pratos, olhos, ossos.
E nada se pensa, na mente, se mente, se tente.
Ardidamente, percebendo nos erros dos passos.
- Ela nunca precisou de mim. Eu é quem preciso dela.
E os passos continuam... Nos vestigios dela.

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Pedir arrego.

Seus olhos encaravam os meus.
O eco do silêncio pairava.
Atordoava, os seios teus.
Que acolhia, que me abraçava.
Destruindo, em lagrimas a promessa sagrada.
De teus atos e raros, mentiras.
Na pele quente de teus braços, apagada.
O café que se amargava de angustias.
Me afogava, matava, torturava.
Caos, calor e afagos.
Flores e beijos sinceros.
Me amarrava em tua perdição.
Por fim, não havia solução.
Meus olhos imploravam por arrego.
A teus braços eu pertenço.
E te calou, num brando sem fim.

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Sem necessidade.

É quando você sente um medo absurdo de tudo e de todos, sabe o que está por vir mas... Quem precisa saber?

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