Archive for 2014

Teus Zeus

 Cheiro de nada. De porra nenhuna, de corte nenhum  de expressão nenhuma, Ele era só mais um de um milhão. Mas  em dias de chuva, fumava maconha na janela de casa com o olhar vazio, parecendo procurar tanto em brigas, as letras das poesias que me roçavam o peito devagar,
 Vazio como eu, Vazio como músca sem fim.
  Alguns dizem ser frios, outros dizem ser cUel.
 Em fria quente de Buenos Aires, sias almas congelas com tanto sentimentos inexplicáveis e tão

calorosos quando via aquela aquela charnosa moça tão mal vestida para a época,

 Pegou-lhe un café a Fizgerald,

Fizeram amor a Sinatra

 E como um pequeno sonho sobre ela,sussurrando o nome dele baixinho até que houvesse calma

novamenre:

Teus, Zeus, Meus,,,

E levemente embrigada, disse

Que nunca pensará em meu coração.

Meu, barba cerrada, meu,




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Embriaguez

Querida L,

 Venho através dessa carta expressar o meu descontentamento em relação as suas atitudes ultimamente, tendo em vista que muitos de seus passos parecem estar realmente embriagados e em direções completamente opostas das quais você pretendia seguir há um tempo atrás. Devo dizer que não reconheço muito de sua personalidade, já que para tal, mudastes da água para o vinho de uma forma trágica, desmoronando pontes, muralhas e o que fosse preciso pra alcançar o seu tão almejado objetivo, obviamente porque és teimosa demais pra se dar de até onde deveria ir, embora sua persistência seja algo positivo quando relacionada a outras coisas.
 Vejo você de bar em bar. Bêbada. Cambaleando com medicamentos controlados na mão direita e uma garrafa de cerveja na mão esquerda. Pálida e esquálida como nunca, uma síndrome de quem perdeu toda coloração e a vontade de caminhar pelas pedras amarelas que costumavam constituir o seu caminho. Deixou na mesa a sua caneta. A caneta predileta, a caneta que tudo escrevia, a caneta dos lenços e contos, a caneta dos desabafos. Deixou no canto, vomitado e mal acompanhado, um violão quebrado e desafinado, sem saber fazer acordes, sem saber cantar tão suavemente como antes. Deixou no balcão a mochila verde, cheia de todas aquelas coisas que faziam sentido, agora parecem estúpidas e fúteis.
 Que te aconteceu?
 Estás embriagada demais pra ver? Pra entender?
 Bastasse uma ligação, você estava lá, caminhando de pés juntos nas areias das praias nojentas e cagadas de Santos.
 Que te aborreceu?
 Quanto peso é esse que carrega pra tão longe desse lugar tão profundo que chegastes?
 E o que diria Mars? Phobos? Deimos?
 Seus sonhos?
 Todas as respostas foram bombardeadas por um momento, um instinto, um abismo em que você escorregou e caiu.
 Ninguém te viu, ninguém te vê, tu também não quer que te vejam.
 É estranho demais querer morrer sozinho, mas é bonito de se ver.
 Que nasce, fode, morre, tudo num ciclo infinito dessa grande merda que chamamos de vida.
 E você, L? Vai pra onde?
 Continuar vagando de bar em bar? Procurando não achar?
 Procurando entender? Envelhecendo meses em dias?
 Quem é que amas tanto que fumas cigarros baratos?
 Uísques, noitadas?
 Te perdestes no meio do caminho.
 Eu também.

 F. F.

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Caixinha lilás

 Da última vez que beijei teus lábios, ainda tinham o gosto amargo da cerveja da primeira noite,
 A noite que começou como um desastre, mas que terminou como um filme de Hollywood. Final feliz, eu feliz, você feliz, ou mais ou menos, porém felizes.
 Senti falta desse gosto todos esses dias que andei o substituindo pelo gosto amargo do calmante que me tem feito dormir. A alma de poeta se extinguiu junto com um coração partido, jorrando sangue dentro do meu peito e espalhando hematomas por todos os poros de minha pele tão pálida.
 Eu me pergunto:
 Onde você está?
 O que está fazendo?
 Sinto falta dos seus beijos.
 Penso, repenso, trepenso, relembro de tudo. Suas mãos não me deixam dormir nem a base de morfina.
 Os suspiros do outro lado do quarto já não fazem diferença, nem os roncos, nem os desejos guardados dentro daquela caixinha lilás que esconde a lembrança mais cruel de todas.
 Sua aliança. Minha aliança.
 Seu bilhete.
 Todos aqueles bilhetes que você me escreveu.
 Todos.
 Incluindo o do pão de queijo.
 Todos os bilhetes são melancólicos dentro dessa caixinha tão pequena no fundo do meu armário, me dando calafrios toda vez que suas cores insistem em chamar minha atenção.
 Meu amor era violeta. O teu também. O nosso amor era violeta.
 Violeta como o dia que nasce e dá o lugar para a noite, como você era meu sol e eu era a lua, precisando de ti para brilhar.
 As voltas sem sentido, as lágrimas que se tornaram rotineiras, a falta que tomou conta de todo o meu espaço e substituiu o que dentro de mim havia.
 Me alimento de saudade. Dia após dia.
 Fome não tenho, sede também não.
 Só saudade, saudade, saudade e tristeza.
 É tristeza que não acaba mais.
 Tanta tristeza que o mar aceitaria minhas lágrimas como colaboração para que crescesse.
 Tanta tristeza que nem o mais triste dos homens seria capaz de aguentar.
 A solidão que você deixou entrar pela porta que esqueceu aberta, a aliança de prata que deixou em cima da mesa, o sol que se apagou durante um inverno tenebroso em qualquer cidade russa.
 Pouco uísque, pouco remédio para tanta dor, tanta tristeza...
 Tanta esperança para que não hajam possibilidades.
 Eu continuo a gritar, da janela do meu quarto, num dia de chuva, com os bilhetes manchados pelo sangue que escorre friamente de minhas veias ao te esperar.
 Onde está você agora?
 Bárbara.

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Quatro passos para o sucesso do foda-se

 Se você bem como eu, teve seu coração partido em pedaços tão pequenos que está parecendo quase impossível de se reerguer, vou lhes dar algumas dicas que talvez ajudem a melhorar (piorar) o processo de cura dessa grande merda que dizem se curar com o tempo, mas que se fodam.


 Primeiro passo: Só conte com seus amigos se não forem uns merdas. Se não acharem você um coitado ou se não acharem que você tá simplesmente fazendo drama ou que não faz nada pra tentar se livrar dessa merda toda, mande-os se foder, você não precisa deles. Vá pra um bom boteco, encha a cara e não se lembre de nada. Só tente voltar para casa depois ou nem tente, tanto faz, faça o que bem quiser.

 Segundo passo: Mande todos aqueles espertinhos que agradecem por isso ter acontecido irem se foder. Geralmente são pessoas escrotas que gostariam de dar pra você ou pra sua amadinha. Mande todos eles irem se foder e se possível, encontre-os em uma festa e vomite em seus sapatos ou camiseta, tanto faz, mije neles, faça qualquer coisa que nunca mais os fará se esquecer de você.

 Terceiro passo: "Isso passa com o tempo, com o tempo, tempo, tempo". Para os cientistas e filósofos de plantão, pegue uma ampulheta e meça o tempo, se nada acontecer, mande-os se foder também. Tem gente que tem mania de comparar dores, tem gente que acha que com o tempo tudo passa, mas se passasse, te garanto, a humanidade teria melhorado, mas essa merda não evolui, o lixo que está a sua vida não poderia ser diferente.

 Quarto passo: Mande um grande foda-se a todos, especialmente àquele ou àquela que partiu o seu coração. Ainda mais se essa pessoa dizia que tudo seria diferente, mas cuspiu e cagou nos seus planos, e enquanto você, meu amigo, está aí na merda, sabe-se lá onde essa outra pessoa está, não fique se perguntando sobre isso também, a merda toda só se torna pior, ainda mais se ela estiver com outro. Eu sei, também gostaria de ter uma bazuca e poder matar muita gente nesse mundo.

 Enfim, quatro passos pra ser um merda fodido de coração partido, confirmando a tese de que desamores não são nada poéticos e de que só fodem cada vez mais com a vida do individuo. C'est la vie! Nascendo de uma foda, morrendo fodidos.

 Foda-se.

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Reflexo

 A dor de ser fadada a uma eterna destruição. A uma eterna destruidora, Uma bomba, um imã que atrai coisas perigosas que explodem e destroem tudo ao seu redor. Eu faço mal, mal demais, mas por que tão mal? Quão mal é mal demais?
 É sufocante saber que, para quem está ali, ouvindo de você, uma pedra imóvel, essa tal história de bomba relógio é só um mito criado por você mesma para se desfazer das vantagens de outras pessoas em relação a sua vida, embora seja óbvio e simples que a incapacidade de ser compreendida é maior do que qualquer coisa nesse mundo, mas há quem entenda, há quem saiba, há quem veja que com olhos de fogo, não se brinca com gelo ou com água, a não ser que queira virar fumaça ou desmoronar, aí já é outra história, mas só faz isso quem quer.
 Me espelho naquela velha frase em "romanês" que diria "Hino Rei", ou melhor, "Espírito do Fogo", apesar de não ser a pessoa mais espiritual do mundo, tenho que concordar que nossas personalidades flamejantes são muito parecidas, principalmente em relação a destruição. Sempre soube. Me aproximei e acabei destruindo quem mais amei, por ser infantil, cega, estúpida e por pura impaciência de acreditar em minha insegurança infinita.
 Isso que dá.
 Isso que dá.
 Escritor que abandona tudo e vira as costas fica frustrado.
 Isso que dá.
 Perde tudo. Perde a escrita. Perde o amor, perde a vontade, perde o talento ou qualquer outra coisa que acredite fazê-lo escrever, menos a inspiração, porque a inspiração vem, mas a gente não aproveita, a gente ignora, a gente ignora porque somos burros. Burros demais pra enxergar o que está a um palmo de nossos olhos, burros e cegos por nossa própria ignorância, fato causal que deveria ser levado em conta na hora de tomar decisões.
 Portanto, deixarei isso como um apelo de ódio a mim mesma e a minha destruição. A minha reflexão sobre meus atos, sobre meus descontentamentos, sobre meus desapontamentos e minhas atitudes "rudes", "reflexas" de uma "personalidade" "insegura" "demais" e "cheias" de " " "... Capta a "ironia"?
 Enfim, se o senso comum estiver certo, agora são 23:23 e eu realmente espero que ela esteja pensando em mim, pois não suportaria a ideia de tê-la pensando em outro alguém...
 Sou tola, apaixonada, desfeita de durona, destrutiva e depressiva. Escritora de merda que se abandonou e se sabotou nas teias e nas mentiras da vida.
 E é assim que funciona.
 E é assim que vai funcionar.
 Que se dane, Laura.
 Deverias se foder.
 ...
 Sempre amando.
 Bár
 Ba
 Ra.

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Agonia

 O tempo não passa.
 Já faz muito tempo que eu não coloco meus dedos nessas letras para formular toda essa confusão que se tornou a minha cabeça.
 A vida não passa, não, não sem você.
 Sem você aqui.
 Não tem graça.
 Que droga! Eu rezo o tempo todo pro tempo passar, pro dia acabar, pra ver se você vai me procurar, se você vai voltar, se vai dizer que me ama, se vai dizer que sentiu minha falta, que vamos ficar bem, que vamos ficar juntas e que eu vou ser sim boa pra você, que eu não vou mais magoar você, que eu não vou mais magnetizar coisas negativas para nós.
 Eu rezo, porque é isso que eu mais quero. Eu encontrei em você tudo o que nunca havia encontrado em ninguém, a felicidade que buscava, a cumplicidade que ninguém nunca soube me transmitir e não quero estar aqui para ouvir você dizer "adeus" ou simplesmente partir. Não quero. Não quero te ver partir. Não consigo. Não suporto.
 Não aguento, não vou aceitar.
 Volte, por favor. Volte. Eu tô te esperando no mesmo lugar, eu tô enlouquecendo. Eu tô olhando pra todo mundo e vendo o seu rosto, eu tô olhando pra todos os cabelos e vejo os seus cachos. Onde está você? No que está pensando? Por que não está comigo? Por que eu sou tão destrutiva? Quão mal eu fiz?
 Me perdoe e volte.
 Eu preciso muito de você.
 Eu mudo, não paro de pensar no que aconteceu, preciso de você, estou enlouquecendo e foi somente um dia. Um dia condenada a uma vida sem perdão se não houver você por perto.
 Por favor, não se vá...
 Por favor, não me deixe...
 Por favor, não me abandone...
 ...

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Descontentamento infeliz

 Meu querido amigo literário,


 Venho através dessa desabafar todo o meu descontentamento com as minhas atitudes ultimamente. Abandonei-o como se não houvessem formas de  descrever tantos sentimentos que invadiram a minha alma nos últimos meses. Venho sido sufocada e totalmente cega com mentiras mal contadas as quais (meu coração poeta) fez questão de acreditar. Sinto-me mal, triste e enganada. Vejo todo aquele vazio novamente, e como se não bastasse, pressenti a situação sem hesitar, acreditando que no final das contas não iria doer tanto, mas doeu.

 Embora a vazia vida esteja quase de volta, peço-lhe encarecidamente que acolha todas as minhas palavras sinceras novamente. A paixão que me cegou não será um aspecto que entrará em atrito novamente, já que à solidão e à tristeza, estarei fadada pelo resto de meus inúteis dias nesse mundo cruel demais. E digo com enfase, já que minha vontade é de mandar a merda todos aqueles que acreditam que a vida é bela, quando a mesma, não se passa de uma tragédia fantasiada de uma utopia que chamamos de "felicidade".

 Também registrarei meu descontentamento com o senhor barbas-nojentas o qual se utiliza de argumentos clichês, uma postura blasé para poder foder menininhas de cursinho ou de colegial, já que sua incapacidade para amadurecer e encontrar alguém que lhe sirva é quase minima, visto que seu intelecto e sua pseudo inteligência fazem com que o mesmo acredite que é poderoso e mais inteligente do que muitos ao seu redor. Tenho que dizer que és um merda, não me admire que tenha um pênis pipocado em DSTs. Espero que nessas da vida, vomite sangue até a morte, enquanto narro a mesma me divertindo as suas custas.

 Sim, estou descontente.
 A merda é grande.
 Estourou.
 Fugiu.
 Explodiu.
 No meio da rua.
 E eu, que nada tinha
 Me fodi.

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Sobre o nosso amor

Os lençóis da cama estão espalhados, seu corpo é um espelho, negro, coberto de calor, suor e agitação, refletindo os meus pensamentos mais obscenos em pequenas cenas de ação, pequenos, lentos movimentos, que cobrem a sua pele com todo o sal expelido pelo seu corpo. Todo sal que está em minha língua.
Esse sal soa como açúcar, fica melhor com limão. É um sal que purifica os meus sentidos, principalmente quando meus lábios beijam os seus outros lábios, com a minha língua devorando essa tua segunda boca, tão receptiva, tão quente, tão molhada quanto os cabelos que estão cobrindo a sua testa. Como teus olhos, que fechados, forçados, cerrados, acompanham o movimento de seus lábios não tão sensíveis, proferindo uma canção quase que perfeita para mim, obviamente porque é a minha favorita, mas você a canta melhor. Melhor do que poderia ser.
Suas pernas me abrem espaço, fazem contornos em volta de minha pele, como um desenho único, uma tatuagem somente produzida por você e por suas unhas. Elas me sufocam nesse beijo secundário, me arrastam pelo mundo, me envolvem e me sugam. Seu corpo pula em ecstasy, se contraindo e me mordendo pra dentro de ti. Me torno, agora, talvez a sensação mais incrível do universo, me torno mera ilustração tua, uma ilusão nítida de seu prazer tão intenso, mas não tão intenso quanto toda essa água, tão sua, que insiste em me fazer beber, como quem tem sede de devorar você.
Teus seios, belos, de auréolas proporcionais, bicos um pouco inclinados, sensíveis a todo o calor que lhes envolve, me presenteiam toda tua alma, unida em minhas emoções não tão perceptíveis. Sua vontade é meu desejo, e seu desejo é a minha vontade, até quando tuas costas formam arcos arquitetônicos que fazem com que eu questione a beleza da arquitetura mediterrânea. Nada é mais belo que esse corpo, nada é mais belo que teu orgasmo.
Tuas costas, nuas, morenas como a noite, delicadas como a sombra, agora são objeto de desejo de meus lábios, sedentos por mais. Todos os meus sentidos são dedicados a cada centímetro de sal que eu puder retirar, enquanto meus dedos são entretidos em uma dinâmica com teus seios tão duros, tão cobertos por toda esse suor, saliva que nos rodeia. Tão generosos ao se arrepiarem quando os aperto, sinto, solto, belisco. Sinto vontade de te foder. Sinto vontade de te comer.
Teus cabelos, entre meus dedos, fazem com que teus sentidos fiquem mais perdidos. Puxo-os, sinto a vontade de te ordenar, de te escravizar, de te tornar minha, somente minha, de mais ninguém. Sinto vontade de proporcionar maior prazer, vontade de te comer melhor do que os outros, sinto vontade de te fazer gritar meu nome. Devoro teu pescoço com meus dentes, afiados, deixando-lhe marcas pelo corpo, marcas que lhe lembrariam dessa noite, marcas de um desejo infinito que cresce todas as vezes em que sinto essa essência em meus lábios.
No entanto, enquanto lhe devoro, meus dedos trilham caminhos certeiros até onde eu sei que posso tocar, apenas para ouvir os barulhos mais obscenos que você pode fazer. Ouço aquele barulho com atenção, ouço você implorar, pedir, ouço você se render, mentir que é minha. Ouço você me enganar apenas para que eu foda você. Ouço você dizer que é minha, apenas para eu lhe proporcionar prazer.
São dois. Dois entram, dois saem. Começam devagar, com sua bocetinha receptiva, sugando-os com tanta intensidade enquanto tenta rebolar em cima deles. Sinto meu corpo se inflamar, sinto suas mãos pegarem fogo ao tocarem o seu lindo clitóris, que já havia sido companheiro para minha língua tão faminta. Sinto seu corpo implorar, sinto seus movimentos, vontades, desejos, sinto meus dedos dentro, envolvidos naquele calor intenso, naqueles movimentos tão prazerosos, fazendo você gritar, fazendo você implorar pra eu te foder cada vez mais. Sinto sua bocetinha latejar, seu clitóris me querer, sinto você se arrepiar, gritar, descabelar. Vejo você levantar a sua bunda, me pedir para bater, bato-lhe com vontade, quero suas mentiras, quero que seja minha, quero lhe comer, quero lhe foder, continuo metendo os dedos dentro dessa linda bocetinha, que me agrada tanto.
Enquanto continuamos com a brincadeira, nossos lábios se encontram, você diz pra eu te comer, diz que sua bocetinha é tão minha quanto seria de outra pessoa, diz que me pertence, que é minha, que todo esse prazer só pode ser dirigido ao que eu lhe causo quando faço essa mágica que soa tão simples. Mágica que seria mais simples ainda caso eu pudesse lhe foder durante toda uma noite, sem parar, causando uma loucura intensa, imensa, deixando tua boca seca, teus olhos cerrados, teu corpo cansado e dolorido. Foderia tudo. Fodo você.
Quando goza, é sempre a mesma história. Se não diz que me ama, se deita e continua da mesma forma. A minha vontade é continuar te fodendo, continuar te proporcionando tanta vontade, tanto prazer, continuar te possuindo da forma mais intensa possível, continuar sendo seu objeto de desejo indiscutível.
Eu sou egoísta, quero foder você só pra mim, quero pra mim tudo o que tens. Quero você inteiramente pra mim, me desejando intensamente como me deseja quando transamos.
Mas é uma pena ter que vê-la adormecer, e talvez não me desejar mais da mesma forma.

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Ironias da vida

 Sentei-me na sacada de casa, apenas para observar a poeira que cobria a cidade nessa segunda-feira tão monótona. Levei comigo uma garrafa de água com gás, já que estou em um momento aonde penso estar saudável, sem pensar em sequer nenhuma cachaça, e voltei a pensar em todas as merdas que meu cérebro tem acumulado nesses últimos tempos. Fico me perguntando quanta merda é merda o suficiente pra me deixar insana, maluca, sem saber para onde correr, para quem pedir ajuda. Merda é merda em qualquer lugar, qualquer hora, há merdas que são mais gostosas de se dizer.
 Pensei em como minha vida, não muito significativa, sendo apenas uma em sete bilhões de pessoas no mundo inteiro, não fazia muito sentido. Pensei em como a realidade era chata, em como as palavras me envolviam, me abraçavam as mágoas, as frustrações, me atiravam de um penhasco de sensações para um mar de alívio, aonde eu pudesse respirar debaixo d'água, sabendo que haveria sol no dia seguinte. Pensei em como amei essa literatura, que parece nem me pertencer mais, que parece ter sido substituída por toda babaquice diária que preciso enfrentar. Pensei muito, pensei circularmente.
 Eu deveria mesmo é me afundar nos pensamentos de Freud e fingir que sei de alguma coisa que se instala em cada inconsciente. Deveria mesmo era suspirar, recuperar a fé na humanidade e escalar o Machu Picchu com unhas e dentes, mas não vou fazer isso. Definitivamente não. Definitivamente não presto pra isso, ver a cidade com capas de poeira parece-me mais interessante, assim, toda essa poluição se instala em meu organismo imundo, o qual trabalha como um mecanismo para me manter viva dia após dia, apenas porque precisa fazer isso. Quem é que mandou? Eu não mandei. Nem me lembro de quando comecei a respirar.
 Em horas como essa, tenho vontade de menosprezar tudo ao meu redor. Tenho vontade de matar pessoas, não assistir o mesmo filme de cenas desastrosas em minha mente, não ouvir mais falar de tanta coisa que me causa tanta frustração. Como posso saber? Como posso entender? Como poderia ser uma máquina, para apagar todas essas sensações, imagens, sons, ruídos, porras e pensamentos? Como as coisas poderiam fazer sentido? Eu juro que não entendo. Juro que não sei. Embora todos digam ser simples, eu não acreditaria nisso tão bem.
 As coisas são simples para pessoas que não são como eu. Não sou especial, porra nenhuma dessa coisa e tal. Mas eu penso muito, calculo tudo, tudo é muito matemático no mundo aonde eu vivo, sentimentos existem, são calculados, possuem uma explicação, e pro que ainda não sei explicar, eu tento descobrir, buscar respostas, mas tudo é muito certo. Algumas coisas variam, as estatísticas mudam, mas a certeza é de que sempre vou chegar a algum lugar, importante ou não, por um caminho ou outro, passa a fazer sentido.
 Enfim, descobri que preciso de um psicólogo, terapia, cachaça, um desentupidor de privadas para jogar toda essa merda pela janela dos meus ouvidos. Afinal de contas, por que é que alguém teria uma pele de aço?

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Uma carta para a menina de cabelos à Caetano.

 Meu bem,

 Não vou iniciar esta carta chamando-lhe de leãozinho. Vou iniciar esta carta descrevendo sobre um evento que ocorreu no ano passado. Um evento que já comemorará o seu um ano de existência, de peculiaridade em nossas vidas, não sei enquanto a sua, mas a minha, que passou por uma mudança drástica desde que você, com tanto carinho, calor, paixão e intensidade, invadiu o meu coração de poeta triste, de Pierrot abandonado, maquiado pelo destino com cicatrizes que deveriam ser esquecidas.
 Tem muito tempo que não lhe escrevo nada. Tem muito tempo que não sei mais como reconhecer todas as coisas pequenas (ou gigantescas) que você causa em meu ser, que tornou-se um escravo de sua ternura e presença. Tem muito tempo que essas sensações se tornaram rotineiras, novas, únicas, se renovando ou dando lugar a coisas novas todos os dias, toda essa turbulência de saber amar ou desamar alguém que está de mãos atadas, juntamente com as minhas, com dedos entrelaçados enquanto esperamos pelo futuro que nos aguarda, ansiosas. Há quem diga que não faz sentido, que não sei mais dedilhar modinhas pra te impressionar, que não penso em lhe escrever milhares de cartas de amor, que não me lembro daquela noite em que nossos olhos se uniram, se encontrando em apenas um desejo irracional que tomou conta de nossos corpos, mas foram contidos pelas circunstâncias da vida. Circunstâncias que depois aproximaram um eu, de um você, de um nós, que agora é quase tudo, ou pelo menos tudo... Tudo pra mim.
 Seus cabelos à Caetano não mudaram em nada. Agora só estão mais claros. Suas mãos continuam leves, mas dessa vez, um pouco mais cuidadosas. Seus lábios estão mais doces, seu corpo está mais quente, seus braços são mais envolventes do que eram quando começaram a me sacudir pra dentro de um mundo desconhecido. Você, que ainda é você, agora é Marisa Monte com cabelos à Caetano e mãos de Frida. É uma coisa única da minha poesia, que ainda continua sendo a melancolia de uma mente que não separa sentimentos. É como se Frida pintasse as palavras que escrevo, Marisa as cantasse, Caetano as compusesse e você se deitasse na melodia doce que posso dizer que é parte do nosso amor. A mesma melodia que construímos aos poucos, melodia em que escorregamos tão bem quanto Rita Lee gostaria de roubar os anéis de Saturno, para fazer o mesmo que nós.
 Antes de me emaranhar em seus cachos tão belos, costumava navegar também pela imensidão escura que chamo de mar de estrelas. Gostava de remar sem rumo, de saber que poderia tirar férias em Júpiter, roubar diamantes em Netuno, presenciar chuvas de meteoro diretamente de Marte, sentir calor em Vênus, desembarcar no porto da Lua, aonde eu me encontraria com toda a minha tristeza e solidão. Agora, arrisco remar cada vez mais alto em alto mar ou em alto céu. Gosto do vento que sopra as minhas velas, que me guiam para o mesmo farol que me acolhe todas as noites. Gosto de desembarcar no seu porto, encontrar seu rosto, desejar o seu beijo, me envolver em seus cabelos, me amarrar em seus braços e desaparecer pelo continente sem pensar em nada. Gosto de me envolver com você, me tornar uma, uma só parte de ti, que queiras levar pelo resto de sua vida. Gosto de pensar nessa possibilidade. Possibilidade de ser seu desejo, de estar sempre ao seu lado.
 Apesar de lhe fazer adormecer nas melodias da vida, nas palavras que gosto tanto de escrever para ti, nada substitui os sons que adoro quando sinto todo o seu calor em minhas mãos, quando seus cachos deslizam, pesados pelo suor, envolvidos em sua ternura, em sua intensidade, em seu sorriso e sua paixão. Paixão que não se apaga, apenas se afaga, e que implora pelo meu eterno calor e sentimento obscuro que nos envolve apenas quando estamos nos entrelaçando. Quando entrelaço você em meus seios, quando guardo você em meu coração, quando abocanho seus seios na madrugada tão quente que sempre faz durante os verões. Quando tens a minha alma, junto a sua, unidas em algo único. Algo nosso. Algo só nosso.
 A saudade é uma parte nossa que constrói aquilo tudo que gostamos de chamar de intensidade. A vulnerabilidade de nossos seres são complexas, mas são fraquezas belas que fazem com que nossos lábios se prendam, juntos se sufocam, almejam por amor, por tudo aquilo que não conseguimos descrever, por toda melancolia que desaparece quando você, menina de cabelos à Caetano, me aparece sorrindo, com reflexos nos olhos, braços abertos, cílios longos e amor transbordando. É quando se deita em mim, fecha teus olhos, me acaricia com teus cílios, limpando o meu peito de toda melancolia que existe dentro de minha própria prisão. Teus beijos que marcam o meu corpo, preparando-o para toda a invasão de sentimentos desconhecidos que me tornam algo frágil, algo que desconheço, algo que pertence somente a você. Aos seus cílios e lábios.
 Temo que seja assim. Temo que suas mãos façam mais, que me afaguem, me afoguem dentro de ti, como vítima de uma cena perfeita. Cena composta por todos os elementos, cores, músicas, letras, palavras, vozes que fazem parte de quem somos e de quem queremos ser. Quero estar sempre navegando por dentro de suas veias, sempre chegando ao porto de seu coração, para transportar todo o meu amor que sofre um acréscimo a cada dia. Quero navegar bem fundo em tua alma, para me afogar em suas podres delícias, seu lado obscuro, os seus limites mais belos e maravilhosos. Quero me prender em teus olhos para todo o sempre. Quero lhe acompanhar para onde quiser ir.
 E não vou citar "último romance", pois não fará muito sentido.
 Vou dizer que é como se as pequenas coisas soubessem, que se há poesia a ser dita, há amor para ser cantado. Há rima que se complemente com outras para que eu não precise dizer que o vento irá nos levar para qualquer rumo, mas vou sim afirmar que um farol não se apaga. Vou dizer que o universo é nosso, que nessa imensidão, sabemos para onde ir, e se não soubermos, naturalmente seremos levadas aonde precisaremos ir. Como um universo que conspire a nosso favor, há sempre um paralelo que nos levará aonde quisermos ir, então diga-me o que fazer, que faremos o que quiser, quando quiser, aonde quiser. Nada nos impedirá de viver o que temos de viver, o que temos de amar e compartilhar, e toda essa felicidade que tratei a você como todas as chuvas de diamantes de Urano. Que eu te leve para navegar para outro sistema, bem longe daqui.
 Infelizmente, acho que sou uma poeta que perdeu o jeito, mas não o amor.
 O amor por ti, que é a minha maior poesia, meu maior conto, minha maior crônica, meu maior livro, minha maior aventura e a minha maior parte.
 Dedico a você, então, a minha musa, todas as palavras de amor que possam existir nesse mundo.

 Do seu eterno,
   Floco de Neve.

 Ah, pra nós, todo o amor do mundo.
 Que ainda é pouco pra gente se aventurar.

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Motivação?

 Quanto tempo faz desde que não coloco meus pensamentos em palavras singelas como costumava fazer. Quanto tempo se passou desde a última vez que meu coração meio-poeta se incentivou a ponto de escrever algo diferente. Quanto tempo faz...
 Há tanto tempo não escrevo que perdi o jeito, mas hoje, hoje as circunstâncias não poderiam ser ignoradas. Não é só porque há chuva, mas também porque há vontade, há conflito, há tanta coisa dentro desse meu sabe-se lá o que que é difícil de se entender, mas existem reflexões sinceras para uma noite chuvosa de Janeiro. Janeiro de 2014. Meu mais novo período de vida.

 Bobageando pra valer, fui testar novos pensamentos para procurar conclusões dentro de meu ego tão mesquinho, e me deparei com uma questão interessante. Qual a fórmula da sobrevivência? Pelo que as pessoas vivem? E pensei comigo mesma que existem motivos tão variados que não poderia descrever todos, pois todos temos algo pelo qual vivemos. No caso de alguns, vivem pelo amor, pelo sentimento, por outras pessoas, no caso de outros, vivem por outras paixões, música, profissões, realizações, coisas construídas pela sociedade ou coisas internas que o fazem sentir-se especiais. Todos temos algo pelo qual lutamos para alcançar, todos temos objetivos secretos ou não tão secretos assim. Somos amantes nativos de algo que nos inspira, e no meu caso, não sei se é a poesia, mas tenho algo pelo qual vivo.
 Vivo me perdendo em pensamentos tão inconsequentes, pensamentos que me prendem a um "tal" que não existe. Pensamentos que me levam ao fundo de meus sentimentos mais indiscretos e me selam com algo tão a-normal que me pergunto se estou certa, se devo mesmo acreditar no que vejo, no que penso, no que decido ouvir, e temo que esteja tão in-certa, in-correta que nada mais faz sentido.
 Vivo, então, por trilhares de coisas. Gosto das palavras, gosto das sensações que elas me causam, gosto da música, gosto de tanta coisa, mas não gosto do amor. Sou frustrada? Talvez. Mas não sinto afinidade com o amor. Meu desejo é ser tão só que já nem sei, as vezes sinto afinidade, as vezes acredito tanto que nem me reconheço, mas solidão é tão eu que me parece comum. Viver só, quando toda a alegria deveria ser compartilhada, estando só, reconheço quem realmente sou, minhas mudanças, meus medos e verdades.
 Separei o que deveria separar, reconheci o que precisava entender. Expectativas são feitas para quem é seguro, inseguros vivem de aparências, ou nem sempre. Não há expectativa, não há sensação melhor do que a do descobrimento, dos sentimentos atravessados e da surpresa enorme que se apodera de cada ser quando o melhor acontece. Há quem diga que estou equivocada, mas não estou.
 Sei não, só sei que a saudade me mata.
 E é de amar que me mata a saudade, de me cobrir de palavras sinceras, singelas, simples, e me entender numa noite de chuva.

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