Nicotina.

Eram apenas suspiros naquela noite e eu realmente me sentia tão bem... O prazer impecavel e o cigarro aceso no cinzeiro ao lado deixavam tão implicita a idéia de um pensamento qualquer que viesse e eu me ponho a escrever. Digo entre palavras e outras, metaforas e frases o quanto gosto do amargo em meus lábios, das gotas de alcool adentrando meu corpo, me fazendo transpirar em ecstasy em meio a milhares de pensamentos malucos, alucinados, esperando por uma resposta que os faça se acalmar. E se agitam, muito, o suficiente para explodirem em minha mente e três suspiros vem, longos e em sequencia, aflitos, eu diria, mais não tão aflitos quanto essa melancolia maldita de meus olhos que se estremecem em lagrimas salgadas e quentes, escorrendo pela minha face tão cansada. Outra cortina de fumaça se forma diante de meus olhos avermelhados, eles se fecham lentamente e logo se abrem, tendo a visão perfeita e nitida daquelas luzes naquela cidade naquela madrugada, tudo naquela vida tão solitária e bem, talvez eu sentisse falta mesmo. Me lembrava do verão, quando eu estava com ela e era capaz de abraça-la, toca-la, beija-la e tocar cada minima parte de seu corpo, fazendo-a estremecer em meus braços, arrepiada, se rendendo a mim, a cada toque, a cada beijo, a cada mordida e a cada momento, cada pequeno detalhe inesquecivel daquela bela noite. Aqueles olhos, ah sim, eles significaram muito! Eu podia fazer milhares de cortinas de fumaças, umas mais intensas que as outras, umas piores e as outras melhores, entretanto continuava assustada, com cada goticula de suor que escorria pelos meus poros, exalando o cheiro da nicotina em meu corpo, eu poderia enxergar aqueles olhos aonde estivessem, aonde fossem eu iria acompanha-los. E aqueles lábios também. E suas mãos, seus pés, suas pernas, seus cabelos, seu corpo por inteiro. Se fosse possivel, você por inteira.

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