Dança de dupla.

Ela se movimentava em cima de mim, ia e voltava junto com aquele prazer impecavel que nos tornava apenas um, sem cometer crimes, sem culpados. Aquelas curvas me envolviam perfeitamente e já podia me perder ao toca-las. Eu me envolvia. A cada movimentação, eu me perdia cada vez mais, só era capaz de sentir aquele suor escorrer pelos nossos corpos, unidos, quentes e que se encaixavam perfeitamente. Ouvia aqueles ruídos, gemidos, prazeres inexplicaveis. Ela me arranhava com tanta força, parecia aflita e pedia por mais, implorava por mais, aflita por prazer, queria mais e mais. Nesse instante, já a jogava na parede, com todas as minhas forças e ela respirava com dificuldade, ofegante e me olhava com aqueles olhos verdes tão inesqueciveis. E descobria. Até o meu mais intimo segredo ela desvendava com aquele olhar, com aquelas mãos, com o movimento dos lábios, com aquelas mordidas. E todo aquele calor, inexplicavel calor! Gemidos, sem odor, sem pudor durante uma madrugada extremamente chuvosa e fria, com as janelas embaçadas e os únicos sons capazes de se ouvir eram de seus gemidos, intensos, como todo seu corpo se movimentava intensamente junto ao meu... Eram movimentos de perfeita sincronia, como o mais lindo dos ballets. Eu dançava, ela dançava, no mesmo ritmo, sem parar, nos sufocando cada vez mais.

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