Até o fim do dia.

Hoje eu não sei quem sou. Não sei meu nome, não me lembro de nada, não me reconheço. Me sinto como um estranho perdido no mundo, sem passagem de volta para casa... Afinal, onde é minha casa? Eu não sei. Eu não me sinto a vontade, como se não pertencesse a esse lugar. O calor intenso me abraça, meu coração acelera e não consigo me lembrar de nada, nem desse cheiro e muito menos desse ar todo que estou respirando. É como se definitivamente eu estivesse vivendo uma outra realidade, um outro problema sem solução, aonde nem os sonhos pudessem me salvar... Talvez eu não tenha cura. Talvez nem esse velho rádio que não para de tocar essas músicas saiba, talvez ninguém saiba... Talvez nem eu saiba. Eu não sei curar feridas e não sei fazer milagres, se nem ao menos sei quem sou. Posso ser um tipo qualquer que não se encontra em lugar nenhum, que ninguém conheça, que ninguém saiba. É quando eu tenho certeza de que ninguém me conhece, de que ninguém me pertence e de que eu não pertenço a ninguém, eu nem sei do que eles falam. Eu só sei escrever, escrever, escrever e rescrever cada pequena experiencia vivida nesse lugar tão incomum para mim, poderia voltar ao meu próprio mundo aonde eu tivesse certeza de tudo. Mais me encontro tão perdida que poderia me cegar nesse instante e deixar que o destino me levasse aonde quisesse mas não adiantaria em nada. Eu preciso enxergar, de novo, outra vez, mais um dia para poder crer e saber o que realmente sinto... Pois só eu sei o que sinto, ninguém sabe e nem ela sabe. Intenso, dominante, torturador e deprimente dentre meus suspiros até o fim do dia.

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