Dos vermelhos divinos de sangue.

Sangrando lentamente pelos leitos desse rio ; Que levas toda minha dor embora, tanto frio ; Estremeço, me acolho, entra lágrimas e chuvas ; Quanta dor, quanto amor, quantas e quantas! ; Ai de dizer, de se exclamar, de se perdoar ; De se expor, de tanta dor de um amor, amar ; Sangra e sangra, tanto vermelho vivo naqueles mares ; Esquecestes mesmo de tudo que vistes ; Aparecestes então, encoberta, pela fria madrugada ; Dama, de rosas vermelhas, tão mesmo apaixonada ; Me desilude! Imploro, ajoelho e lhe peço com razão ; Para que por favor, tire toda essa dor de meu coração ; Pois não aguentaria mais viver apaixonada por aquela moça ; Que levou consigo toda minha felicidade, ô moça ; Devolvas o que é meu, o que me pertences, meu amor ; Não sei, juro que não aprendi a viver de tanta dor ; Se por favor, não quiseres me devolver ; Que me ame, que me faças crer ; Valerá a pena te amar? ; Deixar-me me machucar? ; Divina dama de vermelho tão vivo, tanto rancor ; Que me tires, por favor, toda essa dor. E mais uma vez, me atiro ao rio ; Sangrando e sem frio ; Com medo do medo, que seria o fim ; O medo da morte que para mim, dizia sim.

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