Amanhã pela manhã.

 Vou partir pela manhã. Não vai demorar muito até o sol chegar, portanto eu vou partir pela manhã.
 Vou levar comigo o que restou, o resto eu perdi. Perdi tudo, perdi razão. Perdi meu chão.
 Amanhã pela manhã, lá pelas cinco e meia da manhã, estou com as mãos nos olhos e os pés nas estrada, a procura de algum lugar para recomeçar, para ficar, para me adaptar, para mudar.
 As lagrimas vão secar quando tudo passar e eu vou pedir pra sorrir, implorar para aprender o que desaprendi, vou atrás do que me convem e vou abandonar o sofrimento que você me deixou. A miséria que eu vivi, o suicidio e a raiva que eu senti.
 Amanhã de manhã eu vou embora, não, não tenho hora. Não me peça para ficar pois não vou ficar, a dor é maior, o dia é mais alto e você vai pedir da boca pra fora. Quem foi que disse que isso me comove?
 Vou-me embora e não volto mais! Não volto atrás. Não me mande noticias suas. Não quero cartas. Deixe-me ir atrás do que preciso, deixe-me mudar o que é necessario e deixe-me viver como antes vivia. Antes de você, antes de nós duas. Deixe-me voltar a ser o que era.
 Estou partindo hoje de manhã e não volto mais para essa cidade, estou deixando aqui tudo de ruim que me aconteceu. São bagagens desnecessarias e não aceitam melancolia no meu voo.
 E pra onde o mundo me levar, aqui vou eu.

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