Se ela me deixasse entrar... Só se ela deixasse.

 Depois de muitos romances que não tiveram futuro, muitas lágrimas, tristezas, minhas histórias passaram a mudar de roteiro. O tempo passou, eu cresci, as coisas mudaram e tudo ao meu redor foi se movimentando lentamente de acordo com os dias que passavam. Pareciam cada vez mais velozes e inimaginaveis, como se a cada hora, fosse uma nova surpresa, uma nova forma de ampliar a minha visão que passava por longas transformações, tornando-me quem sou.
 Aos 15, tive-a. Garota cujo nome começava com a letra D. Fora uma paixão terrivelmente forte, pois estava experimentando novas faces da vida. A adolescencia começava, o coração palpitava, mesmo que não fosse o meu primeiro amor, mas digamos que tenha marcado bastante. Bem mais do que eu imaginaria.
 Quase aos 16, eu tive a maior delas. Essa eu nem preciso esconder. N. Grande N. Levou consigo tudo o que me restava e fez com que eu amadurecesse obrigatoriamente, sem nem poder sonhar muito. Cheguei a acreditar que a amava de verdade, mesmo que fosse algo terrivelmente forte.
 Foram 3 anos com a N, depois eu finalmente pude superar e seguir em frente. Como quem não quer nada, eu fui andando sozinha e acho que de todos os meus quase 18 anos, foram as paixões mais relevantes que já tive, pelo menos, as mais marcantes. Não vou dizer que não me lembro das outras, óbviamente foram especiais mas D e N são bem diferentes. Acho que devo muito a elas. Devo o que sei.
 Hoje, eu não sei ao certo. Estava caminhando sozinha mas acho que sem querer, eu tropecei no olhar daquela garota que ao meu ver, não parecia muito. Engano meu! Tola que sou! Agora não sei mais como andar sem tropeçar.
 Estranho, porque mesmo que ela nem saiba, ela já faz com que meus olhos, automaticamente, se virem para ela, como se quisesse compartilhar todos os meus segredos e vontades e faze-la se sentir extremamente especial, afinal de contas, eu sei, ela sabe, que ela é bem diferente. Tem um jeito unico e eu gosto disso.
 Se ela soubesse e se quisesse comigo caminhar, acho que não a abandonaria nunca. Numa tarde de sol, a levaria pela sombra, numa noite escura, seguraria sua mão, numa manhã de segunda, abraçaria-a e a diria o quanto não consigo esconder como me sinto quando ela está por perto.
 Mas há o medo, antes de tudo, de que ela saiba como me sinto e me rejeite. Mesmo que o faça, espero que dê uma chance para que eu possa provar a ela que posso faze-la feliz. Faze-la sorrir até nas noites de domingo. Até enquanto ela lê. Até tomando um sorvete ou numa madrugada chuvosa, cheia de relampagos.
 Já que tem medo de escuro, lhe protejo. Não durmo. Fico de guarda a sua cama para que nada possa lhe atingir, lhe tocar, nada possa nem ao menos lhe machucar. Estou aqui e sempre vou estar. É só você segurar a minha mão e sorrir para mim.

Bookmark the permalink. RSS feed for this post.

Leave a Reply