De Março a Abril

 Depois de uma longa discussão sem pedidos, decidi que iria escrever um conto de amor para você. Não precisamente sobre tudo, mas exatamente sobre o que eu tenho sentido por você, que já esta em minha vida, não porque quis, mas sim porque deveria estar.
 Você não é uma libriana atipica. Adoro a sua mania de querer estar perto de mim, de me encher de carinho e fazer com que eu me sinta especial sem nem ao menos dizer muito, apesar de eu estar sempre querendo dizer coisas e mais coisas. Você simplesmente faz com que os dias se tornem mais especiais, você me deixa constrangida e sem saber o que dizer. Você me cutuca, me envolve, me atiça, me abraça, me morde e me abre um sorriso ou dois sem nem ao menos precisar dos meus. Você é tanto que eu nem sei.
 É engraçado, porque sinto como se já não houvesse pouco tempo. Parece que tenho rolado contigo por tantos meses que pequenas palavras são desprezadas por nós. O necessário se tornou fútil e nossos sorrisos se tornaram únicos. Você se tornou a chuva dos meus dias de outono, o frio do meu inverno. Eu não diria sol, porque é clichê. Eu não preciso estar sempre quente para me sentir bem. Você é o oposto do que faz bem, mas é o oposto do que faz mal, dá pra entender?
 Vejo você como algo diferente em meus dias. Vejo você como um complemento que eu sempre precisei, embora nunca tenha buscado. Ouço a sua voz como se não precisasse de uma música ou duas para me recompor depois. Escrevo-lhe poesia como se fosse algo banal, fácil de ser feito. Faço você da minha poesia, das minhas palavras, meus textos, a alma de tudo que eu tento expressar no momento.
 A outra parte do meu Vênus. A principal causa do meu veneno, dos meus sorrisos, pensamentos bobos, coisas tolas que ensinaram-me a ser um pouco mais tolerável. As folhas abandonadas pelo vento de outono e meus olhos presos aos seus. Você que não se importa com coisas banais. Você que voa sempre de norte a sul. Você que sabe tanto e eu, que pareço não saber de nada.
 Eu não entendo muito bem das coisas que você entende. Disse que ia aprender, apenas para sentir mais do que um pouco, o suficiente dos meus passos e a vontade do meu sentimento de estar perto de você sempre que puder. Eu apenas quero dizer que quero cuidar de você. Estar ao seu lado e me esforçar para sempre ver aquele sorriso tipico que eu tanto gosto. Quero aprender, mas quero você acima disso. Quero suas mãos e seus suspiros.
 Pra que você, Bárbarela, continue completando os meus dias venusianos por muito tempo e eu, espero fazer o mesmo por você. Apenas tento e me esforço, depois a gente vê. Se a gente quiser, a gente tenta, se não, a gente inventa, assopra, da risada e tudo se acaba com belas taças de vinho e uma noite inteira só minha e sua.
 Esse, então, é mais um conto de amor precisamente sobre o que você faz comigo. Indefinido? Talvez. O suficiente.

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