Eu pensei que pudesse, eu pensei que soubesse, eu pensei que passaria e que fugiria. Que tudo haveria de se encontrar e que seus devidos lugares fossem preenchidos com algo a mais que pequenas gotículas salgadas manchadas de preto. Eu pensei que fosse capaz. Pensei demais e calculei errado. As coisas saíram do meu controle.
Não sei nem o que falar! Não tenho nada pra escrever. Se quer que eu saiba o que eu nunca vou descobrir, então eu prefiro me calar. Não vou falar do que não sei e nem vou arriscar o que eu sei, o que vai resultar no fim de ambos os sorrisos. Sabe-se lá quando eu vou saber lidar com isso, certo? Que eu vou ser o suficiente pra entender todas aquelas coisas que eu nunca quis aprender. Que eu... Que eu sei lá! Que eu possa ao menos criar coragem? Não sei.
Tem muita coisa não dita por aí. Temos muitos rascunhos amassados e jogados pelo chão. Temos rabiscos e temos algo a mais: Nada. Nós não temos nada. Nada além de rascunhos. De palavras, pequenas, feitas, de verdades que nunca... Nunca descobriremos. Temos medos e temos sentimentos. Ou não temos. Você tem. Eu não quero ter. Só isso.
Como eu havia pensado, sou uma alma penada. Com um cigarro na boca e a coragem pra me enfiar em qualquer beco que me pareça interessante. Não vou sentir dor, porque há tempos eu sei o que é estar em sua presença. Não vou sorrir porque eu detesto fingir um sorriso que não é meu. Não vou pedir por algo que eu sei que não vou encontrar. Não vou pedir por whisky e nem por cachaça. Não vou pedir por nada.Vou pedir pra me olhar no espelho.
Não vou bancar o inglês cortejando a mocinha. Não vou bancar o mimico francês, escondido atrás de maquiagens. Já fui mimica por um bom tempo e acho que já está na hora de largar o emprego. Não vou bancar o italiano galã e nem o toureiro espanhol. Não vou bancar porra nenhuma do que não sou. Vou escrever mal, vou errar as palavras, com uma letra ridicula e rabiscada. Vou calar a boca e fingir que vou esperar por alguma coisa, a qual nunca vai acontecer. Só não vou fingir que sorrio tanto.
Que alegria maldita, não? Contagiante que pra porra nenhuma que eu saiba, eu preciso fazer o que faço. E as cortinas continuam fechadas.
E ainda me perguntam se eu tenho duvidas de que esse quarto sempre estará vazio.
Armadilha mortal.
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest