Existem teorias que dizem que os poetas nasceram pra sofrer. Nasceram pra se apaixonar, amar intensamente, pensar na morte várias e várias vezes e passar pro papel toda aquela angustia de ser rejeitado pela pessoa amada. Dizem que a alma do poeta é naturalmente melancólica, jamais é corrompida. O poeta nasceu pra escrever, pra sentir dor, pra sentir o gosto amargo em sua boca, sem nenhum grão de açucar, sem momentos bons e vende sua tristeza em paginas, em palavras, em livros e em jornais. Vende sua tristeza para outras almas tristes que procuram arrego, procuram alguém que se sinta justamente como eles e se identificam com as sinceras palavras daquele poeta apaixonado, com alma de Pierrot. Alma de dor.
Poetas não precisam ser inteligentes, eles não precisam ouvir Chico Buarque pra poder encontrar palavras requintadas e encher o seu texto com várias banalidades, dando rodeios e mais rodeios sem chegar a lugar algum. Poetas não precisam saber de nada, poetas só precisam sentir. Poetas nem sempre são emocionais, existem os racionais, como eu, mas em sua maioria, são emocionais e costumam expressar melhor do que qualquer um que seja racional. O amor é algo impossivel de ser racionalizado, de ser calculado e eu nem sei porque insisto em arrumar uma regra basica para ele. Aplicar nele uma equação de segundo grau, pra chegar a resultados positivos e negativos sem saber pra que utiliza-los depois. Coisas inexplicaveis que acabam por acontecer.
Sinto saudades da época em que eu estava perdidamente apaixonada, aonde eu me inspirava em coisas quase que inuteis para descrever um texto tão tragico quanto a minha vida inutil. Gostava da dor, do gosto da cachaça na boca, do cigarro ao lado, das tosses, das lagrimas, do rancor, do cansaço e do suor que me cobria os poros do rosto. O cabelo bagunçado, os olhos vermelhos e perdidos, concentrados em palavras imendando palavras e me levando a uma eterna Pasárgada, num estado de transe perfeito, aonde nada precisasse fazer sentido, aonde eu me enrolava em papéis e o fogo ao fundo, queimava minhas angustias, uma por uma e eu, finalmente, conseguia entender a razão de tudo ser como era.
Hoje, continuo sendo uma poeta que vive entre duvidas e insegurança. Sou uma poeta tentando desvendar outro mistério, uma poeta procurando palavras bonitas para conquistar mais um amor que talvez, seja impossivel. Sou, mais uma vez, uma poeta na beira de um precipicio, esperando a grande hora para cair e flutuar sobre as nuvens não existentes de um mundo quase irreal para mim. Sou uma poeta afogada na angustia de viver dezoito anos e não saber de muita coisa ainda. Sou uma poeta movida a curiosidade. Sou uma poeta melancólica, com uma paixão quase que incomum para todos os tipos de tragédias existentes, porque elas me rodeiam, elas fazem parte de mim e sou o que sou por conta de todas as lagrimas que já derrubei um dia.
Sou poeta, sou literatura, sou um nada e sou razão. Emoção. Tudo. Não importa, só sou poeta. Pseudo poeta.
Sobre poesias e poetas.
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