Meia noite e três. Quatro. Agora são quatro minutos.
Silêncio e muito vento. Vento forte que agredia a janela e assobiava de leve em meus ouvidos, quebrava meu silêncio e secava a ponta da minha caneta preta que agora borrava o papel.
O café estava ao meu lado e eu precisava acordar cedo, embora os pensamentos não me deixassem dormir, eu me esforçava para esvaziar a mente de qualquer inutilidade que naquele instante, me parecia muito mais do que impertinente. Dei um suspiro enquanto via os minutos se passando no relógio. O que vou fazer?
Paixão. É, paixão. Paixão é toda essa coisa estranha de se sentir ansioso quando menos se espera ou de perder todas as palavras na hora certa ou até mesmo o simples fato de tropeçar no seu próprio calçado por estar com a mente tão longe. Pensar em alguém que talvez não pense o mesmo, mas pensar em alguém. Em um certo alguém. Talvez em um certo cheiro, um certo momento, uma certa piada, palavra, risada, qualquer coisa que seja pequena o suficiente para ser guardada em um lugar tão grande. Sentir as fortes pontadas no peito e um coração desesperado, querendo gritar alguma coisa. Sensações estranhas e um olhar quase único ao se observar aquele alguém único e especial. Talvez seja tudo, talvez não seja nada. é paixão. Somente paixão.
Penso que me sinto assim quando se trata de você. Saio com suas amigas, as ouço tocar em seu nome e tudo em que eu penso é no que poderia ter dito ou que deveria ter deixado de dizer. Penso em como você está, por onde anda, onde está, no que está pensando, o que quer amanhã, se vai dormir bem, se vai pensar antes de dormir. Não sei, só sei que penso demais. Penso em você, escrevo pra você e na hora de chegar, nada acontece. É uma falha no meu super sistema humano. Uma grande falha quase irreparável quando se trata de você.
É estranho porque te vejo como se fosse meu passaporte para um lugar qualquer, aonde eu não precise sentir medo ou coisa parecida, mas tenho medo de me aproximar de ti, pois me apavoro toda vez que ouço você me chamar e tento disfarçar com as piadas estúpidas de sempre. Você ri ou simplesmente ignora e eu finjo que está tudo bem. A gente finge assim, certo? E tudo... Chega a um ponto final. Mas seria melhor se chegassemos na vírgula.
Não sei até quando vou lhe escrever tantas cartas de quem está procurando por um refúgio em seus abraços, mas espero um dia lhe dizer, mesmo que já espere a resposta, mesmo que já saiba o que vai acontecer, espero um dia poder lhe dizer.
Perdão, menina, mas continuo lhe achando a mais bela de todas.
E ah, me faz um favor, rouquin? Me faz parar de pensar tanto em você como eu penso.
Dezesseis minutos.

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