Cartas, cigarros, whisky e café.

Já se tornou rotina o fato de me sentar no mesmo lugar, com a mesma xicara de café e tragando um bom cigarro, acompanhada da minha melancolia que ultimamente, tem servido de consolo a minha situação, seja ela qual for. É estranho, é bom, é quente, é forte e me acalma, um pouco mais de nicotina para acalmar o dia agitado, em que o peito dispara frenéticamente, procurando alguma saída, procurando virar o jogo, pois a minha mente se torna uma escrava dos meus pensamentos alucinados, procurando um único alguém e uma única solução para essa grande confusão. Não adianta mesmo e eu continuo assim, agoniada, tragando lentamente, sentindo-o queimar meus lábios e por dentro: um eterno desespero. E nem me preocupo mais com essas doses exageradas de etilico que arranham minha garganta, tornando-me dependente de algo que antes não me fazia diferença alguma e é assim que as coisas começam a andar... Talvez regredir ou talvez aumentar, aumentar um sentimento que eu desconheço, que me traz umas sensações estranhas, boas e ruins, um sentimento de dependencia de outro, assim como meus olhos dependem dos seus e meus lábios, da sua imensa confusão.
Escrevo, afobada, procurando respirar esse ar seco, coberto de segredos, segredos que nunca se revelam e que só voam, a procura de alguém que possa, finalmente, desvenda-los e contudo, apagar tanta dor. E que dor, não? Amor é tão feito de dor quanto de calor.

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