As ondas fracas na beira do mar indicavam um fim de tarde ensolarado, enquanto em alto mar, uma tempestade agitava a maré, como gregos e troianos, as ondas passaram a guerriar entre si, cada vez maiores, mais fortes e mais temerosas.
Cheguei até elas e pude participar do espetaculo, enquanto o vento me rasgava as velas, favorecendo as ondas troianas, que me destruíam lentamente e atacavam as ondas gregas cada vez mais sedentas e violentas. Quebravam e rasgavam-nas ao meio, enquanto as gregas não perdiam a fé no remo e eram ajudadas pelas lágrimas que caíam do céu naquele instante, implorando para que a maré baixasse, para que pudessem resolver de uma forma mais pacifica, consequentemente, irritando as ondas gregas que agora já estavam quase invenciveis. Tão temerosas quanto os raios que caíam ao fundo.
Rasgaram as ondas troianas ao meio, destruiram-nas a fé, o amor, o calor, a fome, a miséria e todos os sonhos que haviam construido conchinha por conchinha, matando-nas cruelmente, sem deixar vestigios e rastros de espuma, que alertava as outras ondas sobre a guerra ocorrida naquele final de tarde de Junho.
O pior de tudo, é que no final, ninguém viu. Ninguém vê. Ninguém sente. Porque ninguém quer estar em alto mar, ninguém quer enxergar. Ninguém quer salvar gregos e troianos.
(Conto do verso da pequena folha. Engraçado como ambos ficaram ruins.)
Gregos e Troianos.
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