Corujão.

 Hoje é uma madrugada qualquer de quinta feira, na verdade, dia 29 de Dezembro de um final de ano qualquer e na televisão passam alguns filmes que me lembram certas partes da época em que eu costumava viajar muito de carro. De Cuiabá a São Paulo. Era tão cansativo e ao mesmo tempo tão magico, tantas estradas que pareciam ser infinitas nos levavam a um destino qualquer embora soubessemos aonde chegariamos. Não tinha tanto mistério.
 Lembro-me perfeitamente de uma dessas madrugadas em que paramos em um posto, meio de semana, sei lá, podiam ser umas duas da manhã e haviam alguns caminhoneiros sentados em frente ao restaurante dos postos, já fechados, que fumavam seus cigarros baratos e conversavam sobre estradas, destinos, mulheres e seus segredos escondidos por alguns capotas que insistiam em trazer e levar mercadorias para aonde tivesse de ir. Lembro-me perfeitamente de estar começando aquela famosa sessão da globo, o corujão. Quando mais nova, tinha muita insonia pelo fato de estudar a tarde portanto eu sempre dormia tarde. Assistia tantos filmes nessa porcaria que já havia perdido as contas de quantos filmes repetidos já havia conhecido nisso aí. Alguns violentos, outros pesados, mas principalmente alguns que me lembravam as famosas viagens a longa distancia e que me deixavam nostalgica. Ouvir aquela musica de madrugada enquanto seguiamos caminho era como ouvir uma breve melodia que ouvira em sua infancia e nunca mais se esquecera. Era parte de minhas viagens, de minhas lembranças das estradas escuras acompanhadas por algumas carretas que seguiam viagem ao lado oposto de nós e eu continuava ali, a sonhar com o destino final, com o que me aguardava e principalmente com as férias de verão.

Bookmark the permalink. RSS feed for this post.

Leave a Reply