Peter Pan.

  As vezes eu queria mesmo acreditar que as nuvens eram de algodão e que o céu era de papel, quando eu insistia em dizer para mim mesma que eu jamais cresceria. Jamais me tornaria adolescente e jamais viveria todos os dramas que eu tenho vivido. Queria eu ser o Peter Pan, o garoto que nunca crescera, teve o gosto de nunca se responsabilizar por nada e voar livremente pela terra do nunca em busca de qualquer aventura que lhe saciasse a vontade incontrolavel de salvar o mundo... Mais uma vez. Mas eu me lembro, não, eu sempre me lembro!
 - Mãe, eu nunca vou crescer! Eu não quero crescer nunca! Eu quero ser como o Peter Pan, quero ser criança pra sempre!
 - E por que você quer ser criança pra sempre?
 - Por que sim! Eu nunca vou crescer.
 Era vergonha de admitir que tinha medo de crescer? Sim, eu tinha medo de ficar sozinha. Sabia que cedo ou tarde, quando meus pais se fossem, eu seria obrigada a enfrentar a realidade de outra forma, sem ninguém, sem ajuda, apenas com a faculdade em que eu tivesse me formado e a profissão que estivesse exercendo, mas eu queria mesmo era ser astronauta, porque quem sabe viajando pelas estrelas, perdesse a noção de tempo e espaço e pudesse, talvez, tirar um cochilo em marte antes de acordar para a realidade novamente.
 E se eu pudesse ser um super herói? Talvez tudo estivesse bem agora, talvez eu não tivesse me arrependido de ter crescido e enfrentado o meu maior medo... Afinal, ninguém quer estar sozinho no final das contas.

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