Ele sabia que era hora de parar, mas quem foi que disse que conseguia? Ele não se controlava.
Era uma agonia a cada gotícula que escorria de suas mãos, era medo, era suor, era pesadelo, era descaso e não, não era sexo e nem café.
Dor no peito. Aqueles olhos castanhos foram se enchendo de lágrimas que insistiam em vir e ele que não entendia nada de vir-ou-ir, continuava apertando aquela pequena memória em sua mão, que podiam ser borboletas azuis ou talvez vermelhas. Uma borboleta de cada vez, expelida por seu estomago rispido e rebelde, que insistia em se revirar, se revoltar e fazer uma revolução contra as políticas de seu cérebro. Era dolorido.
Os lábios aflitos que se juntavam, eram agredidos pelas mordidas fortes, a ponto de corta-los, de separa-los e de destruir a união eterna que haviam se prometido, depois de invadirem aqueles outros lábios, tão rosados quanto suas bochechas.
Caíram. Invadiram sua pele e suas roupas, a chama se apagou e o escuro passou a tomar conta daquele lugar, daquele ser, daquele garoto de olhos castanhos escuros que não queria chorar. A televisão anunciava outro espetáculo e sua vida não era um filme francês e por mais que fosse em branco e preto, não era 1930. Ele amargurou e refletiu seus pensamentos na escuridão. Não a queria com o outro. A queria contigo. Ele sempre a amou demais e sabia que não deixaria de amar.
O cigarro chamou, o isqueiro iluminou e tudo se acabou com marcas vermelhas que combinavam com o seu marlboro red.
1930

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