Três pulos

 Que seja por tudo ou por nada.

 Por mais uma hora, por mais um pouco.
 Por outro segundo, por outro corpo.
 Que seja por você e não por mim.
 Por um momento qualquer, uma fotografia de ti.
 Por outro suspiro sequer, me perdendo de você.
 Como se não fosse o amor, como se não existisse a dor que insiste em bater na porta de casa às sete da manhã em ponto. Todos os dias.
 Como se não houvessem mentiras e tudo aquilo que você dissesse fosse verdade. Como se fosse nos salvar de desmoronar mais uma vez, outra queda normal, outro fim desastroso. Minha raiva transbordando em uma garrafa de cerveja, seus olhos me sufocando, suas mentiras nos matando.
 Meus olhos, cansados e escuros, que enxergavam em você uma outra forma de se crescer. Teus sorrisos fingidos, teus momentos melancólicos e dois corações partidos em uma palavra só. Ninguém precisava disso.
 Que desastre... Quem somos nós e aonde viemos parar? Agora parece ser tão difícil de acreditar que um dia, diante de meus olhos, você já fora um herói que me protegia a todo custo.
 Agora... Não passa de um velho soldado. Atirado na poltrona velha e mofada, assistindo futebol e nos sustentando com mentiras e infelicidades. Ninguém pediu pra ser infeliz. Ninguém pediu pra você desistir.
 As vezes... Eu só queria que você realmente tivesse tentado... Mas você não quis mudar.
 Não existe amor... Ele deixou de existir há muito tempo... De você, de mim e de quem for.

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