Se tudo fosse como a gente planeja uma maquete, a cidade poderia ser mais leve e não haveria poeiras. Nem carros. Nem bicicletas. Nem pessoas.
Os prédios seriam caixas velhas, cobertas por papéis que dão a pseudo impressão de uma nova paisagem ou de um novo aspecto, talvez mais bonito, talvez mais antigo, mas tiraria toda uma essência que antes, protegia o seu perfume.
O seu perfume que pode ser de marca. O mais caro do mercado, o mais cheiroso de todos, o mais marcante e aquele que todos elogiam quando você passa por perto. Você pode estar com o maior sorriso estampado na cara, mas já parou pra pensar se esse sorriso vale mesmo a pena? Se todas as gotas desse perfume sedutor fazem você sorrir mais ou menos? Estranho pensar sobre.
É diferente quando não se tem muita coisa, quando se tem apenas uns olhos que querem ser sinceros e mãos atadas pela incapacidade de agradar a todos ou até mesmo, agradar a alguém que lhe pareça ser algo a mais. O sentimento de rancor, a solidão e a capacidade de desenvolver um raciocínio para encantar e conquistar as pessoas, já que não há muito o que se possa fazer caso queira se relacionar socialmente.
Não sei agradar. Juro que não. Não sei muito bem o que dizer na hora certa e nem o que pensar na hora errada, mas com certeza sei que, meu bem, nós nunca existimos.
E nunca vamos existir, de fato.
Coexistir é fácil, errar também, amar não.
E não há vinho que me faça mudar de ideia.
Maquetes.

Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest